
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mergulhou em uma nova polêmica ao retirar do ar um relatório explosivo. O documento apontava que milhares de aposentados foram enganados com descontos automáticos em seus benefícios, supostamente para favorecer a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), entidade com ligação histórica ao PT.
A versão oficial é de que o relatório não teria “valor institucional” e foi divulgado por “falha de procedimento”. Mas o episódio levanta dúvidas sobre a real extensão de um esquema que já movimenta bilhões e pressiona o governo Lula.
O relatório que desapareceu
O relatório interno, divulgado inicialmente em setembro de 2022, identificava 30.211 benefícios descontados sem autorização dos aposentados. A auditoria detalhava que os pagamentos haviam sido destinados à Contag, que atua no campo sindical e político com vínculos claros ao PT.
A denúncia ganhou força após a divulgação pela revista piauí e pelo jornal Estadão. Pouco depois, o documento foi retirado do site do INSS, com a justificativa de que teria sido publicado antes da conclusão das análises e, portanto, “sem validade”.
A versão oficial do INSS
Em nota, o INSS alegou que a publicação foi resultado de uma “falha de procedimento”. A autarquia ainda reforçou que o documento não representava uma posição institucional e não poderia ser considerado definitivo.
Apesar disso, aposentados relatam terem sido enganados, induzidos ao erro ou surpreendidos com descontos em seus benefícios sem qualquer autorização. A justificativa oficial não foi suficiente para conter a repercussão, que cresceu no meio político.
A sombra da Operação Sem Desconto
O caso surge no rastro da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações apontam um esquema de fraudes que pode ter movimentado mais de R$ 6 bilhões em descontos irregulares entre 2016 e 2024.
Segundo dados da apuração, os números dispararam em 2023 e 2024, já sob a gestão do presidente Lula, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo. O envolvimento de entidades ligadas ao PT adiciona um componente político explosivo ao escândalo.
Favorecimento de aliados e irmão de Lula
Parlamentares da oposição já falam em CPI do INSS e acusam o governo de acobertar favorecimentos a entidades aliadas, incluindo o Sindinap, sindicato do irmão de Lula. Enquanto isso, o Planalto tenta se desvincular do episódio, reforçando a narrativa de que tudo não passa de uma “falha técnica”.
A verdade é que o sumiço do relatório alimenta suspeitas de blindagem política e reforça a imagem de um sistema manipulado, em que aposentados são as maiores vítimas de uma engrenagem bilionária.
Três pontos principais
- INSS retirou do ar relatório que denunciava descontos em 30 mil aposentados sem autorização
- Documento apontava favorecimento à Contag, entidade ligada ao PT, e foi classificado como “falha de procedimento”
- Operação Sem Desconto já investiga fraude bilionária que pressiona o governo Lula