Bancos na berlinda

Inter, Bradesco e Mercado Pago lideram ranking de reclamações do BC em 2025

Irregularidades com cartões e mau atendimento disparam queixas; veja a lista dos piores bancos e o que mais irrita os clientes.

Crédito: Depositphotos.
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  • Inter, Bradesco e Mercado Pago lideram o ranking de reclamações proporcionais do Banco Central no 2º trimestre de 2025.
  • Problemas com cartões de crédito e atendimento ruim são as principais dores de cabeça para os consumidores.
  • Nubank, Caixa e Banco do Brasil aparecem com índices mais baixos de insatisfação, mesmo com milhões de clientes.

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (24) o ranking das instituições financeiras com mais reclamações procedentes no segundo trimestre de 2025, e os resultados acenderam um alerta para milhões de clientes. No topo da lista estão Banco Inter, Bradesco e Mercado Pago — todos com alto volume de queixas consideradas válidas pelo órgão regulador.

O levantamento, baseado em registros recebidos nos canais oficiais do BC, revela não apenas o número de reclamações, mas também os tipos de problemas que mais afetam os consumidores — e os bancos que mais falham em resolvê-los.

Inter e Bradesco disparam em queixas

O Banco Inter liderou o ranking com um índice de 84,87 pontos, resultado de 3.239 reclamações procedentes para um total de 38,1 milhões de clientes. A pontuação, calculada proporcionalmente ao número de usuários, revela uma taxa alta de insatisfação. Mesmo com menos reclamações absolutas que o Bradesco, o Inter disparou na frente por seu volume proporcionalmente maior.

O Bradesco, apesar de ter 110 milhões de clientes, registrou o maior número absoluto de reclamações procedentes: 6.672. Seu índice foi de 60,58, colocando a instituição na segunda posição. Já o Mercado Pago, plataforma de pagamentos do grupo Mercado Livre, ficou em terceiro lugar com 3.396 queixas e índice de 54,05.

O índice é um indicador importante porque permite comparar bancos com tamanhos diferentes. Por isso, mesmo instituições com menos clientes, como o Banco C6 e o PagSeguro, também aparecem entre os piores colocados.

Reclamações mais frequentes: cartões e atendimento

Os dados do Banco Central também destacaram os principais motivos das reclamações. O campeão de insatisfação foi o uso de cartões de crédito, com 5.277 registros ligados a irregularidades de segurança, confiabilidade e sigilo nas operações. Esse tipo de problema preocupa porque envolve diretamente o risco financeiro para os consumidores.

A segunda queixa mais comum foi a má qualidade do atendimento nos canais de SAC e centrais de relacionamento, com 3.457 ocorrências. Em seguida, vieram problemas semelhantes com operações de crédito, especialmente fora da modalidade consignada.

Outro foco de reclamações diz respeito à falta de clareza nas informações sobre produtos e serviços financeiros. Muitos clientes apontaram falhas na comunicação sobre taxas, condições e benefícios, o que reforça a necessidade de maior transparência por parte das instituições.

NuBank, Caixa e BB aparecem com melhor desempenho

Apesar do grande número de clientes, o Nubank teve um desempenho bem melhor que os líderes negativos. A fintech ficou em 15º lugar, com índice de 12,96 e apenas 1.381 reclamações procedentes — o que reforça sua imagem de boa experiência do usuário.

A Caixa Econômica Federal, com mais de 156 milhões de clientes, apresentou 3.894 queixas procedentes e índice de 24,82. Mesmo com volume alto, seu índice foi inferior ao da maioria dos grandes bancos privados. Já o Banco do Brasil registrou 1.776 reclamações e ficou na 13ª colocação, com índice de 22,20.

Esses dados mostram que tamanho e base de clientes não são desculpa para má performance. O que conta, na prática, é o compromisso real com a qualidade do atendimento e a resolução de problemas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.