- O Banco Inter entregou um lucro recorde no segundo trimestre
- Este, no valor de R$ 223 milhões, dessa forma, quase três vezes maior que o do mesmo período de 2023
- E, ainda, um pouco acima do consenso de mercado, o qual já havia sido “revisado para cima” depois dos números do começo do ano
O Inter &Co entregou um lucro recorde no segundo trimestre. Este, no valor de R$ 223 milhões, dessa forma, quase três vezes maior que o do mesmo período de 2023. E, ainda, um pouco acima do consenso de mercado, o qual já havia sido “revisado para cima” depois dos números do começo do ano. No caso, que apontava para R$ 210 milhões.
Em comparação, no ano passado, o Banco Inter teve lucro total de R$ 350 milhões. Isto, com avanço consistente de crescimento e rentabilidade, só no primeiro semestre deste ano, a última linha do balanço já soma R$ 420 milhões.
O retorno sobre patrimônio (ROE) passou pela primeira vez o “patamar dos dois dígitos”, dessa forma, chegando a 10,4%, indo contra os 9,7% do primeiro trimestre.
“Incrementamos a penetração nos clientes, fazendo com que eles contratem mais produtos nossos e mudamos nosso mix [de crédito] mais em direção para FGTS, home equity e cartões, que tem uma rentabilidade muito boa”, aponta o CFO Santiago Stel.
A meta definida pelo banco é de chegar a um ROE de 30% até 2027. Isto, dentro do seu plano 60/30/30, que prevê 60 milhões de clientes e 30% de índice de eficiência, Dessa forma, medindo o quanto das receitas do banco são consumidas por despesas.
Carteira de crédito e expectativas amplas
A carteira de crédito, no entanto, cresceu 35% na comparação anual e 11% sobre o primeiro trimestre. Assim, chegando a R$ 35,7 bilhões, puxada principalmente pelo consignado com FGTS. Que quase dobrou na comparação anual, seguida por home equity, assim, crescendo 50%.
Com um perfil de carteira de crédito bastante ampla em garantias, o Banco Inter também aposta gradualmente nas modalidades de mais risco. Estas, como o PIX parcelado, cuja carteira mais que dobrou. Isto, passando de R$ 170 milhões pra R$ 330 milhões.
“Estamos muito focados no underwriting [concessão] dentro da nossa carteira de clientes, que já conhecemos. Cerca de 80% do crédito novo nesse trimestre veio de clientes que já tinham algum tipo de crédito no banco”, completa Stel.
Apesar das “apostas de risco”, a inadimplência do Inter ficou praticamente estável frente ao primeiro trimestre, em 4,7%. Assim, considerando os créditos vendidos há mais de 90 dias.
O CFO, por sua vez, reforça o potencial de cross-selling na sua base de clientes. Isto, já que hoje o saldo médio de crédito por cliente do banco é de R$ 1,2 mil. Sendo “bem abaixo” da média de bancos tradicionais.
Mesmo em “ambiente saturado” em termos de ofertas de soluções bancárias, o Inter segue a atrair 1 milhão de clientes ativos novos no segundo trimestre. Assim, mantendo seu ritmo, o qual já vem registrando desde o ano passado, com o custo de aquisição por cliente (CAC) estável.
Ao fim do segundo trimestre, eram ao todo 33 milhões de clientes. Com taxa de ativação de 55,4%, somando 18,4 milhões de usuários ativos, ou seja, que realizam operações regulares com o banco.
Banco principal
O CFO apontou que cerca de dois terços desses clientes ativos usam o Inter como seu banco principal, dessa forma, uma taxa que vem aumentando nas “novas safras de adições de clientes”.
“Nas novas safras, a taxa de principalidade chega a 70%, 72%, mostrando nosso diferencial em termos de proposta de valor, que é ter uma oferta muito completa em termos de produtos e serviços.”
Contando pela parte das despesas, além dos gastos com marketing e contratação de equipe de tecnologia, fizeram com que a empresa precisasse “romper a sequência de melhoras no índice de eficiência”, que teve uma leve alta de 20 pontos-base em relação ao primeiro trimestre. Dessa forma, fechou em 47,9%.
“A evolução no indicador não vai ser necessariamente linear, mas temos convicção de que a receita vai crescer bem acima da despesa olhando, trazendo esse movimento de alavancagem operacional.”