
- Governo corta livros de Ciências, História e Geografia do ensino básico a partir de 2026 por falta de orçamento.
- Contrariando promessas de campanha, MEC prioriza apenas Português e Matemática.
- Educadores alertam para prejuízo na formação crítica e no aprendizado integral dos estudantes.
Enquanto o discurso político insiste em um Brasil que “investe no futuro pela educação”, a prática do governo Lula revela o oposto. O Ministério da Educação (MEC) anunciou a suspensão da compra de livros didáticos de Ciências, História e Geografia para o ciclo de 2026, alegando falta de verba.
A decisão representa uma guinada drástica na política educacional, principalmente em um governo que sempre se posicionou como defensor do investimento em ensino público e da formação cidadã. Agora, na contramão do que prometeu, o foco será exclusivo em Português e Matemática.
Só sobrou o “básico”
A justificativa oficial é simples: falta dinheiro. Em vez de cortar gastos supérfluos ou reavaliar prioridades, o MEC optou por abandonar temporariamente a aquisição de materiais para disciplinas fundamentais. A medida afeta diretamente milhões de estudantes do ensino fundamental em todo o país, que deixarão de ter acesso a conteúdos estruturados de Ciências, História e Geografia.
O cronograma escalonado, que em anos anteriores incluía todos os componentes curriculares, será adaptado em 2026 para contemplar apenas dois. A pasta afirma que retomará os demais livros em 2027, mas não apresenta garantias — nem orçamento assegurado para isso.
Discurso progressista, prática regressiva
Durante a campanha eleitoral e nos primeiros meses do terceiro mandato, o presidente Lula fez questão de repetir que “educação seria a prioridade”. No entanto, os fatos desmentem a retórica. Em vez de ampliar o investimento, o que se vê é contenção.
A ironia fica ainda mais aguda diante da escolha das disciplinas descartadas. História e Geografia são justamente aquelas que ajudam o aluno a desenvolver senso crítico, entender o país e o mundo — e formar opinião própria. Coincidência ou conveniência?
Especialistas apontam que a ausência desses materiais compromete a formação integral dos estudantes. Para a professora Mariana Beltrão, da rede pública paulista, a decisão é um retrocesso: “Não é possível educar sem apresentar o contexto social e histórico dos alunos.”
Onde estão os bilhões prometidos?
Em 2022, o então candidato Lula prometeu “recuperar a educação pública com mais investimento e valorização dos professores”. Contudo, os cortes e remanejamentos no orçamento do MEC mostram um cenário bem diferente.
A decisão de abandonar três disciplinas centrais levanta questionamentos sobre a real prioridade do governo. O que aconteceu com os bilhões prometidos para a educação? Estariam sendo redirecionados para programas eleitoreiros, como o PAC e emendas parlamentares?
Enquanto isso, alunos e professores seguem abandonados por uma gestão que diz valorizar a educação, mas que, na prática, entrega menos conteúdo, menos pluralidade e menos futuro.
Resumo final:
- MEC suspende compra de livros de Ciências, História e Geografia para 2026, alegando falta de verba.
- Governo Lula ignora promessas de campanha e prioriza apenas Português e Matemática.
- Especialistas apontam prejuízo na formação crítica e alertam para retrocesso na qualidade do ensino.