
O alerta está dado: o IPTU ficará mais caro a partir de 2026 por que imóveis passarão a ser avaliados pelo valor real de mercado para fins de tributação. Na prática, o IPTU tende a subir onde a valorização foi maior e o imposto sobre herança (ITCMD) fica mais salgado no inventário.
A mudança entra em vigor a partir de 2026 e atinge especialmente a classe média, que concentra patrimônio na casa própria. Sem o “desconto” das tabelas defasadas, muita gente pode ter de vender parte do bem só para quitar a conta.
O que muda — e por que isso pesa tanto
A Receita não mexeu na alíquota do IPTU nem do ITCMD; mexeu onde mais dói: na base de cálculo. Agora, o governo considera o preço que o imóvel valeria hoje no mercado, e não valores venais antigos.
Com isso, bairros que se valorizaram bastante deixam de “pagar pouco” por estarem subavaliados em cadastros municipais.
Consequentemente, o contribuinte sente o impacto direto no bolso: o IPTU anual encarece e, quando há partilha, o ITCMD incide sobre um montante mais alto.
O motor da mudança: cruzamento de dados e cadastro unificado
O Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) cria um código único para cada imóvel, enquanto o sistema CTER integra cartórios, estados, municípios e a própria Receita.
Essas bases conversam entre si e permitem atualização em tempo quase real dos valores de referência, aproximando-os do mercado.
Com mais precisão — e menos brecha — o fisco calcula tributos de forma ampla, consistente e imediatamente aplicável.
Quem mais deve se preocupar — e como se antecipar
Famílias com imóveis em zonas valorizadas, herdeiros e doadores devem reforçar o planejamento patrimonial desde já.
É prudente montar reserva de liquidez para enfrentar o IPTU mais alto sem sufocar o orçamento.
Em heranças e doações, estratégias sucessórias (como holding familiar bem estruturada, testamentos e seguros) ajudam a mitigar o impacto do ITCMD e a evitar vendas apressadas.
Em resumo:
- O IPTU e o ITCMD ficam mais caros porque passam a usar o valor de mercado dos imóveis em vez de tabelas antigas
- O cruzamento de dados via CIB e CTER reduz brechas e acelera a atualização dos valores tributáveis
- Planejamento sucessório e reserva de caixa viram essenciais para não vender patrimônio às pressas