Tensão amenizada

Irã declara fim da guerra com Israel e celebra “grande vitória”, diz novo presidente

Presidente iraniano celebra cessar-fogo mediado por Trump e acena para diálogo com os Estados Unidos.

Crédito: Depositphotos
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  • Irã anunciou oficialmente o fim da guerra com Israel, após cessar-fogo negociado pelos Estados Unidos com apoio da Arábia Saudita.
  • Pezeshkian celebrou a trégua como vitória e sinalizou disposição para diálogo com Washington.
  • Apesar do acordo, analistas alertam que o conflito pode recomeçar se houver novas provocações.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou nesta terça-feira (24) o fim oficial da guerra com Israel, após um período de 12 dias de bombardeios e confrontos. Em um pronunciamento transmitido pela agência estatal Irna, o líder iraniano afirmou que o cessar-fogo representa “uma grande vitória” e agradeceu a população pela “resistência heroica”.

Na mesma linha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a trégua na segunda-feira (23) após atuar como principal mediador entre os dois países. Segundo Trump, o acordo de cessar-fogo contou com apoio direto da Arábia Saudita, cujo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, também participou das negociações.

Sendo assim, a trégua interrompe um dos episódios mais tensos do Oriente Médio nos últimos anos. Durante quase duas semanas, ataques aéreos e ameaças nucleares elevaram o temor de uma escalada regional, com envolvimento direto de potências globais.

Os dois países celebram a trégua como uma vitória

No discurso transmitido nesta terça, Pezeshkian afirmou que a guerra foi “imposta ao Irã pelo aventureirismo e pela provocação” de Israel, mas que a resposta do povo iraniano foi “digna da história da nação”. Ademais, segundo ele, o cessar-fogo demonstra a força e a soberania do país diante das ameaças externas.

“Hoje, após a resistência heroica de nossa grande nação, cuja determinação faz história, estamos testemunhando o estabelecimento de uma trégua”, disse o presidente. Para ele, o fim da guerra reforça o papel do Irã como protagonista regional e “demonstra ao mundo que o povo iraniano não se curva a imposições externas”.

Desse modo, Pezeshkian também fez questão de destacar que o país está aberto ao diálogo e à reconstrução. “Estamos dispostos a buscar soluções pacíficas e cooperar com outras nações, desde que respeitem nossa soberania e nossos valores”, acrescentou.

Trump vira protagonista e aproxima Irã e EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou o cessar-fogo como “a maior conquista diplomática de seu terceiro mandato”. Assim, em discurso na Casa Branca, ele usou o termo “guerra de 12 dias” para descrever o conflito e garantiu que “os interesses americanos e globais foram preservados”.

Além disso, segundo fontes da diplomacia norte-americana, Trump teria telefonado diretamente para Pezeshkian e para o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Logo, o acordo teria sido fechado com garantias de não agressão mútua e abertura de canais diplomáticos diretos.

Nesse sentido, a relação entre Irã e EUA vinha congelada há anos, desde a saída americana do Acordo Nuclear em 2018. No entanto, durante o telefonema, Pezeshkian teria sinalizado disposição para “resolver problemas e divergências” com Washington, com apoio saudita como mediadora.

Portanto, a participação da Arábia Saudita no acordo mostra a crescente influência do país na política regional e pode abrir caminho para uma nova fase nas relações entre potências do Oriente Médio.

Risco de retomada persiste

Apesar da trégua, ainda há desconfiança mútua entre Irã e Israel. O governo israelense, que ainda não se manifestou oficialmente sobre o cessar-fogo, vinha endurecendo o tom desde os primeiros ataques. Analistas alertam que o acordo é frágil e pode ruir diante de qualquer nova provocação militar.

Ademais, a trégua ocorre após intensos bombardeios aéreos, que atingiram alvos estratégicos em ambos os países. Estimativas preliminares apontam mais de 600 mortos e milhares de feridos durante os 12 dias de conflito. Organizações humanitárias já alertam para a urgência de ajuda internacional na reconstrução de áreas devastadas.

Internamente, tanto o governo iraniano quanto o norte-americano saem fortalecidos com o acordo. Desse modo, para Trump, é uma vitória diplomática às vésperas da eleição. Já para Pezeshkian, é uma chance de unir o país em torno de uma bandeira de soberania e paz.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.