
O Itaú Asset surpreendeu o mercado financeiro com um movimento inesperado: a criação de uma área exclusiva para criptoativos. Para comandar a nova frente, a gestora recrutou ninguém menos que João Marco Braga da Cunha, ex-diretor de portfólio da Hashdex, uma das casas mais conhecidas no setor.
O anúncio pegou investidores de surpresa e reforça a estratégia do banco de acelerar sua presença no universo das moedas digitais. Com a mudança, o Itaú (ITUB4) mostra que pretende disputar espaço com players tradicionais do mercado cripto e criar soluções capazes de atender tanto clientes institucionais quanto de varejo.
Aposta bilionária em cripto
O Itaú já não é novato nesse terreno. Atualmente, a gestora administra cerca de R$ 850 milhões em ativos relacionados a criptomoedas. Entre os produtos disponíveis estão o ETF BITI11, que segue o índice Bloomberg Galaxy Bitcoin, e o fundo de previdência Itaú Flexprev Bitcoin. Agora, a criação da nova estrutura dedicada promete dar escala a esses investimentos.
Essa iniciativa coloca o Itaú lado a lado com gestoras que já vinham explorando o setor de cripto, mas com a força de uma marca que carrega décadas de tradição no mercado financeiro. A decisão representa também um sinal claro de que o banco enxerga demanda crescente e maturidade nesse mercado, antes visto como “alternativo” e de alto risco.
Com essa operação, o banco passa a ser um dos poucos grandes players do setor tradicional a estruturar uma mesa inteira voltada para o segmento. É um recado direto para quem ainda duvida da relevância dos ativos digitais no futuro das finanças.
Quem é o novo comandante
O escolhido para liderar essa frente é João Marco Braga da Cunha, executivo que tem experiência robusta no setor. Durante sua passagem pela Hashdex, ajudou a consolidar a gestora como referência em fundos e ETFs de criptoativos no Brasil. Agora, ele assume o desafio de trazer essa bagagem para dentro de uma das maiores casas do país.
Cunha vai responder pela nova mesa de cripto dentro da estrutura Multimesas do Itaú Asset, que já administra cerca de R$ 117 bilhões. O desafio será combinar a tradição do Itaú com a agilidade que o mercado de ativos digitais exige, explorando novas oportunidades em produtos e estratégias.
A chegada do executivo é vista por analistas como um marco. Afinal, a transição de um gestor de cripto nativo para uma instituição tradicional reforça a tese de convergência entre o “velho” e o “novo” mundo financeiro.
O que vem pela frente
Além dos fundos e ETFs já conhecidos, a nova estrutura deve lançar produtos diferenciados. O objetivo é oferecer desde soluções sofisticadas, voltadas para investidores institucionais, até opções com características mais próximas da renda fixa, mas ancoradas no mercado cripto.
Essa diversificação pode transformar o Itaú em protagonista de um setor que até pouco tempo atrás era dominado quase exclusivamente por startups e corretoras especializadas. Agora, com grandes bancos entrando no jogo, a disputa tende a se intensificar.
Para investidores, a movimentação representa tanto uma oportunidade quanto um alerta. Se por um lado a presença do Itaú confere mais credibilidade ao setor, por outro, a volatilidade intrínseca dos ativos digitais continua sendo um risco que exige cautela.
Três pontos principais:
- O Itaú trouxe um ex-Hashdex para comandar sua nova área de cripto
- O banco já soma R$ 850 milhões em produtos ligados a moedas digitais
- Investidores enxergam o movimento como divisor de águas no setor