A crise chegou até mesmo para Jeff Bezos um dos homens mais ricos do mundo? O dono da Amazon parece estar passando por um complicado processo de gestão em sua companhia, a Amazon.
A empresa de tecnologia anunciou ao mercado uma nova leva de demissões. A surpresa, no entanto é no montante de funcionários que irão encerrar seus vínculos com a companhia de Bezos.
Segundo o Wall Street Journal, mais de 17 mil pessoas serão demitidas, o que representa a maior redução de quadro de funcionários revelada por uma grande empresa de tecnologia até agora.
Em novembro, a Amazon havia afirmado que os cortes afetariam cerca de 3% do quadro corporativo e não incluiriam trabalhadores de depósito. No entanto, agora parece que nenhum setor está a salvo.
A Amazon alegou que estava demitindo para reduzir custos em 2019, e esperava demitir cerca de 10 mil funcionários. Muitos dos 17 mil funcionários afetados já foram informados ou demitidos até o final de dezembro, e o restante será demitido nas próximas semanas.
A Amazon teve um crescimento expressivo durante a pandemia, dobrou sua rede logística e adicionou centenas de milhares de funcionários. Com o boom das vendas on-line, as perspectivas para a companhia fundada por Jeff Bezos eram as mais otimistas. Em julho de 2021, a empresa atingiu um valor de mercado recorde de US$ 1,88 trilhão. Quando a demanda começou a diminuir com os clientes voltando a fazer compras nas lojas físicas, o “novo normal” foi ficando cada vez mais distante da realidade.
Com a virada de cenário, afundaram também os humores do mercado com as empresas de crescimento, caso da Amazon, que têm fluxo de caixa elevado e projeções de retorno a prazos maiores. A inflação crescente nos EUA, políticas monetárias mais rígidas e projeções de lucros decepcionantes resultaram em uma liquidação histórica das ações da Amazon. A empresa perdeu mais de US$ 850 bilhões em valor de mercado no ano até o dia 27 de dezembro, cerca de 50% de derretimento na bolsa em 2022 até os atuais US$ 847 bilhões.
Em reação à piora de cenário para os papéis, a Amazon iniciou uma ampla revisão de corte de custos para reduzir as unidades que não eram lucrativas. Ainda no semestre passado, a empresa fez cortes direcionados para reduzir custos, fechando lojas físicas e unidades de negócios como a Amazon Care. No fim do ano, anunciou um congelamento de contratações em toda a empresa antes de decidir dispensar funcionários. A Amazon é a primeira empresa de capital aberto do mundo a perder US$ 1 trilhão em valor de mercado, um reconhecimento nada honroso para a companhia que já foi lembrada como a mais valiosa do planeta.