- O JPMorgan reduziu a recomendação das ações da Yduqs devido ao impacto das taxas de juros mais altas, preferindo a Cogna
- A recomendação de compra da Cogna foi mantida, destacando seu crescimento mais rápido e melhor valuation em relação à Yduqs
- O JPMorgan rebaixou as ações da Ânima devido à alta alavancagem e sensibilidade às taxas de juros, favorecendo a Ser Educacional
O JPMorgan anunciou nesta quinta-feira (17) uma revisão em suas recomendações para as ações do setor educacional. Ainda, em um contexto marcado pelo aumento das taxas de juros e pelo impacto no custo de capital das empresas.
A principal alteração envolve a Yduqs (YDUQ3), que teve sua classificação rebaixada de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutra.
De acordo com o banco americano, o ajuste reflete a dificuldade enfrentada pela companhia em um cenário de juros elevados. Ao mesmo tempo, o JPMorgan reafirma sua preferência pela Cogna (COGN3). Dessa forma, mantendo a recomendação de compra, em função de sua melhor geração de fluxo de caixa livre e avaliação mais atrativa em relação à Yduqs.
Cogna mostra crescimento
O relatório destaca a Cogna, controladora da Kroton, que tem mostrado um desempenho mais robusto no segmento de educação superior. O banco observa que a Kroton, com suas operações de educação superior, tem crescido mais rápido que a Yduqs, com um aumento de 8% nas receitas ano a ano, contra 6% da Yduqs.
Além disso, a eficiência nas cobranças da Kroton é superior, com seus dias de contas a receber ex-PEP (empréstimos privados antigos não mais concedidos) sendo de apenas 40 dias, contra 94 dias da Yduqs.
Esses indicadores colocam a Cogna em uma posição favorável frente à concorrente, além de seu valuation mais atrativo. A ação da Yduqs registrava uma queda de 4,95%, a R$ 8,65, enquanto a Cogna se mantinha próxima à estabilidade.
Os analistas do JPMorgan revisaram o preço-alvo da Yduqs de R$ 18 para R$ 10,50, principalmente em razão do aumento do custo de capital.
A decisão reflete o impacto das taxas de juros mais altas, que prejudicam a rentabilidade e a avaliação das empresas do setor educacional.
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Mudança de perspectiva para Ânima
Além das ações de Yduqs e Cogna, o banco também fez ajustes em outras companhias do setor educacional fora do Ibovespa. A Ânima (ANIM3) teve sua recomendação rebaixada de compra para neutra.
A principal razão para essa mudança foi a alta alavancagem da empresa, que torna seus resultados mais sensíveis às variações nas taxas de juros.
Atualmente, a relação Dívida Líquida/EBITDA da Ânima é de 2,9 vezes, contra 2,1 vezes da Ser Educacional (SEER3), que o JPMorgan preferiu, mantendo a recomendação de compra para a ação.
O banco acredita que a Ser tem um perfil de receita mais promissor, especialmente com a expansão de suas vagas de medicina, que devem aumentar de 19% para 27% da receita no longo prazo, impulsionada pela conquista de novas vagas médicas por meio de processos judiciais. No entanto, o JPMorgan também ajustou o preço-alvo da Ser para R$ 9,00, de R$ 12,00, devido ao aumento no custo de capital.
Setor educacional sob desconto
O JPMorgan também ressaltou que, apesar de alguns desafios, o setor educacional está “altamente descontado” no mercado, o que pode representar uma oportunidade para os investidores.
Entre os potenciais catalisadores, o banco destaca a conversão de lucros em caixa e a possível distribuição para os acionistas, o que pode ajudar a melhorar a atratividade das ações do setor.
Além disso, um novo marco regulatório para o ensino a distância está prestes a ser divulgado pelo governo.
Embora o banco aponte que esse marco possa trazer algumas restrições para o setor, ele também terá o efeito positivo de remover um obstáculo importante, o que pode beneficiar as empresas que operam nesse segmento.
