Curva do DI registra alta em ajuste técnico após queima de prêmios de risco, enquanto analistas reduzem projeções de inflação.
Os juros futuros apresentaram um repique de alta em um ajuste cauteloso, após a queima de prêmios de risco observada na última sexta-feira. O mercado segue atento às projeções de inflação, com analistas reduzindo suas estimativas para o ano.
A Focus desta segunda-feira indicou que a mediana das estimativas para a inflação em 2023 passou de 4,98% para 4,95%, aproximando-se do teto de tolerância da meta de 4,75%. Bancos como o Itaú e o Pine também ajustaram suas projeções para o IPCA e para a taxa Selic, refletindo o impacto da aprovação da reforma tributária pela Câmara. No fechamento, os contratos de juros futuros apresentaram altas em diferentes vencimentos.
Ajuste cauteloso nos juros futuros reflete redução de projeções de inflação e queima de prêmios de risco
Nesta segunda-feira, os juros futuros registraram um repique de alta em um ajuste cauteloso, seguindo o movimento de redução de projeções de inflação e refletindo a queima de prêmios de risco observada na última sexta-feira.
Com a agenda esvaziada, o mercado direcionou sua atenção para notícias de bastidores que indicam que o Centrão, grupo político no Congresso Nacional, está buscando cobrar a fatura da aprovação da agenda reformista, manifestando interesse em cargos no primeiro e segundo escalão do governo.
Nesse contexto, as projeções para a inflação do ano foram revisadas para baixo. A Focus desta segunda-feira indicou que a mediana das estimativas para a inflação em 2023 passou de 4,98% para 4,95%, aproximando-se ainda mais do teto de tolerância da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,75%. O Itaú e o Pine, por sua vez, também rebaixaram suas projeções, ajustando suas estimativas para o IPCA e para a taxa Selic.
No fechamento do mercado, os contratos de juros futuros apresentaram altas em diferentes vencimentos. O contrato para janeiro de 2024 subiu para 12,825%, enquanto o contrato para janeiro de 2025 avançou para 10,775%. Já os contratos para janeiro de 2026, 2027, 2029 e 2031 apresentaram altas para 10,140%, 10,165%, 10,500% e 10,660%, respectivamente.
Saída de investidores estrangeiros e dados fracos de inflação na China impulsionam alta do dólar frente ao real
O dólar fechou em alta modesta em relação ao real nesta segunda-feira, influenciado pela saída de investidores estrangeiros e pelos dados fracos de inflação na China. Operadores relataram que investidores estrangeiros estão retirando seus recursos, o que impacta negativamente a moeda brasileira.
Além disso, a divulgação de dados de inflação abaixo do esperado na China aumentou as preocupações sobre a recuperação econômica do país, pesando sobre as moedas de países produtores de commodities, como o real.
Enquanto isso, no cenário internacional, o dólar perdia força em relação a outras moedas devido à expectativa de dados econômicos positivos nos Estados Unidos.
Esses dados poderiam levar o Federal Reserve (Fed) a adotar uma postura mais flexível em relação aos juros, o que reduziria a atratividade do dólar. Por outro lado, os bancos centrais europeus estão mantendo uma política monetária restritiva, o que fortalece o euro em relação ao dólar.
No Brasil, algumas declarações de autoridades políticas geraram certa instabilidade. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a análise do projeto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) será adiada para depois do recesso parlamentar, o que gerou preocupações, uma vez que o tema é considerado prioritário pela equipe econômica.
No entanto, o senador Jaques Wagner indicou que a tramitação da reforma tributária no Senado pode ser mais simples do que na Câmara dos Deputados.
No fechamento, o dólar à vista registrou uma alta de 0,34%, alcançando R$ 4,8825. No mercado futuro, o dólar para agosto teve um aumento de 0,37%, cotado a R$ 4,9125. No cenário internacional, o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, caiu 0,30%, enquanto o euro subiu 0,30%, alcançando US$ 1,0999.