- Gilberto Kassab afirmou que, se a eleição fosse hoje, Lula não seria reeleito, destacando que o PT perdeu o favoritismo para 2026
- Kassab criticou a condução econômica do ministro Fernando Haddad, afirmando que ele tem dificuldades em se impor e liderar a economia do país
- Kassab apontou Tarcísio de Freitas, Eduardo Leite e outros governadores como possíveis alternativas para a presidência em 2026, destacando uma “nova safra” de políticos
Em um painel na Latin America Investment Conference, realizada nesta quarta-feira (29) em São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, fez duras críticas ao atual cenário político e econômico do Brasil.
Destacando que, se a eleição fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não seria reeleito. Segundo Kassab, o PT não estaria em uma posição de favoritismo para as eleições de 2026, com os partidos de centro já criando alternativas para o pleito.
Lula e a reeleição: desafio à vista
Durante o evento organizado pelo UBS e UBS BB, Kassab foi enfático ao afirmar que, no cenário atual, a reeleição de Lula não seria uma realidade.
“Se fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito. Eles perderiam a eleição”, disse o secretário, referindo-se à atual situação política e econômica do Brasil.
A declaração reflete um sentimento crescente dentro do espectro político de que o governo Lula tem enfrentado dificuldades para consolidar uma liderança forte para o futuro. E, principalmente em um momento de desafios econômicos.
Kassab também destacou que o campo de partidos de centro está se movimentando para construir uma alternativa viável para 2026. Essa movimentação tem sido observada com atenção. No entanto, já que os partidos tradicionais buscam posicionar candidatos que possam representar uma alternativa ao atual governo, especialmente considerando as insatisfações com a gestão econômica.
Economia em crise e críticas à gestão de Haddad
A preocupação de Kassab não se limitou apenas à política. O presidente do PSD também fez duras críticas à condução econômica do governo, especialmente ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Kassab afirmou que não vê uma articulação clara do governo para reverter a piora no cenário econômico. Assim, destacando que, ao contrário dos primeiros mandatos de ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso e Lula, o atual governo não tem apresentado medidas eficazes para enfrentar os problemas econômicos.
O secretário do governo paulista ressaltou que o sucesso de uma economia depende de ministros da Fazenda fortes e capazes de liderar o setor. Ele comparou a atuação de Haddad à de outros ministros da Economia do passado, como Henrique Meirelles e Paulo Guedes. E, afirmou que, ao contrário deles, o ministro atual tem mostrado dificuldades para se impor dentro do governo.
“Haddad não consegue se impor no governo. Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo”, disse Kassab, levantando um questionamento sobre a eficácia da gestão econômica do governo Lula.
Inflação e expectativas para 2026 e 2027
O cenário econômico, de fato, está longe de ser positivo. O boletim Focus, do Banco Central, revela que as expectativas de inflação estão acima da meta estabelecida. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 está em 5,50%, um ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%.
Para os próximos anos, as previsões também são preocupantes: em 2026, a expectativa é de uma inflação de 4,22%, acima da meta de 3,00%. E, ainda, em 2027, a projeção continua alta, com 3,73%.
Essa inflação elevada, que supera os limites estipulados pelo governo, aumenta a pressão sobre a administração federal. Dessa forma, acirrando o debate sobre a capacidade do governo de controlar a economia de maneira eficaz.
Nomes para 2026: alternativas à vista
Apesar das críticas ao governo Lula, Kassab também falou sobre o futuro político do Brasil e os nomes que podem surgir como alternativas para 2026. Para o secretário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é uma figura política forte. Mas, com uma tendência a focar na reeleição no Estado, ao invés de buscar uma candidatura presidencial.
Além dele, Kassab citou outros governadores como Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná. Contudo, como nomes que podem ganhar força nos próximos anos.
O presidente do PSD também indicou uma nova geração de políticos que, segundo ele, poderá desempenhar um papel importante nas eleições de 2026. Kassab mencionou o prefeito de Recife, João Campos (PSB), o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Ressaltando, como: integrantes da “nova safra” de políticos que podem representar uma mudança no cenário político nacional.