A empresa enfrentou grave crise e realizou um pedido de recuperação judicial em maio do ano passado. Hoje, a concessionária vive um processo de negociação de dívida com credores. No novo plano de recuperação, a Ligth apresentou expectativa de investimentos em torno de R$ 1,5 bilhão, vindo dos principais acionistas como Nelson Tanure, Ronaldo Cézar Coelho e Carlos Alberto Sicupira. Juntos, os investidores detêm 50% do capital da empresa.
A empresa também comunicou a conversão de títulos de dívida em novas ações e a ampliação do grupo de credores que receberão o pagamento integral. O preço de conversão será determinado com base na média das cotações dos últimos 60 dias anteriores à apresentação do novo plano, permitindo o direito de subscrição de 2 ações para cada 1, conforme detalhado no documento. Esse novo plano implica um aumento de 3.000 para 28.000 no número de credores, representando 60% dos investidores. A quitação integral será efetuada em até 90 dias após a aprovação do plano para todos os credores com até 30.000 reais em dívidas.
Além disso, a proposta inclui a conversão de até 40% dos créditos em ações da empresa por meio de debêntures conversíveis, com um limite de R$ 2,2 bilhões. O restante será remunerado pelo IPCA mais 4% ao ano, com amortização em um período de oito anos.
Recuperação Judicial
O pedido de recuperação judicial em 2023 veio após o alerta sobre a falta de autorização dos reguladores para cobrar o suficiente dos clientes. A empresa enfrentava diversos desafios, incluindo perdas significativas de energia devido a roubos, que resultavam em um prejuízo de cerca de US$ 200 milhões anualmente. Além disso, a concessionária de 120 anos estava lidando com altas taxas de juros, inadimplência de clientes, redução da receita de grandes clientes e reserva de recursos para cumprir uma decisão judicial que a obrigava a reembolsar créditos tributários aos consumidores.
Após liderar baixas da bolsa na abertura, Ligth (LIGT3) se recupera após renúncia do presidente da distribuidora
por Leonardo Bruno 19/06/2023
As ações da Light (LIGT3) lideraram as baixas do mercado, registrando uma queda de 10,10% (R$ 6,32). Esse movimento ocorre devido à renúncia de Thiago Freire Guth da presidência da distribuidora da Light, a Light SESA, que se encontra em recuperação judicial. A renúncia foi anunciada no final de semana e Guth também deixará os cargos de diretor da Light e do conselho de administração da Light Energia a partir do dia 30 de junho.
A renúncia do presidente da distribuidora trouxe incertezas para o mercado, o que impactou negativamente o desempenho das ações da Light. A situação da Light SESA, que está em processo de recuperação judicial, adiciona mais complexidade ao cenário, já que a empresa busca reestruturar suas operações e superar os desafios financeiros.
A saída de um executivo de alto escalão como o presidente da distribuidora pode gerar preocupações sobre a continuidade dos planos estratégicos e a estabilidade da empresa. Os investidores reagem a essas notícias, refletindo a sua incerteza por meio da venda de ações da Light.
No entanto, é importante ressaltar que a renúncia de um executivo não necessariamente indica um cenário negativo para a empresa no longo prazo. A Light deverá seguir com a busca de um substituto para a presidência da distribuidora, a fim de manter suas operações em andamento e garantir a continuidade dos planos de recuperação.
Apesar da forte queda na abertura, as ações da companhia recuperou perdas e opera em alta já no início da tarde desta segunda-feira (19).
Acompanhar de perto os desdobramentos dessa renúncia e ações subsequentes da Light será importante para os investidores que têm interesse no setor de energia elétrica e desejam avaliar o impacto dessa mudança na empresa. O mercado financeiro está atento às movimentações da Light e aguarda mais informações sobre os próximos passos da companhia.