Um novo e interessante boato está circulando em meio aos corredores da Faria Lima, onde se concentram as sedes dos principais Bancos de investimento no mercado. Segundo os rumores, a Localiza (RENT3) estaria prestes a fazer um follow-on de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões.
O follow-on é um conceito bastante popular no mercado de capitais e funciona de uma maneira um pouco diferente dos tradicionais IPOs.
Um IPO, ou Initial Public Offering, consiste na listagem inicial de uma empresa na bolsa de valores. Assim, este momento é um ponto importante, pois mostra o momento em que uma empresa de social fechado se torna uma sociedade anônima.
A quantidade de ações ofertadas vem por meio de um processo disciplinado por lei e regulamentado pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários, órgão responsável por fiscalizar o mercado de valores imobiliários. No entanto, quando uma empresa de capital aberto que já realizou IPO deseja ofertar novas ações no mercado a definição é outra. Essas novas ofertas levam o nome de follow-on.
Segundo fontes próximas à empresa, as chances de uma operação ocorrer no curto prazo são remotas. A companhia, que vale R$ 63 bilhões na Bolsa, fechou o segundo tri com alavancagem de 2x EBITDA (2,5x se considerando a empresa combinada que surgiu com a fusão com a Unidas).
A Localiza ainda está no processo de integração e início de captura de sinergias, e a venda do remédio para a Brookfield (uma empresa com a marca Unidas 47 mil carros, mais de 180 pontos de aluguel e 20 de seminovos) resultará em entrada de R$ 3,5 bilhões, reforçando o caixa da companhia.
Mesmo com o aumento do preço dos carros novos e do esforço de reposição da frota, fontes próximas à empresa dizem que o balanço permite um crescimento acelerado dentro dos padrões históricos de alavancagem. Como o mercado de locação continua forte e com perspectiva de crescimento, a Localiza vai precisar de capital se quiser continuar capturando essa oportunidade nos próximos dois anos.
Dívida em vez de capital de terceiros?
Mas emitir equity é caro para a Localiza, uma companhia que historicamente opera com um spread de cerca de 7% acima de seu custo de dívida.
A opção preferencial tende a ser o mercado de dívida local, que tem mostrado apetite para financiar o crescimento da companhia. A companhia dos irmãos Mattar tradicionalmente opera com um nível de alavancagem máximo de 3,5x sua geração de caixa dos últimos 12 meses – já que os covenants de sua dívida limitam a alavancagem a 4x. Como a alavancagem fechou o segundo tri em 2,5x, para a companhia chegar ao limite máximo de endividamento, seu crescimento teria que superar substancialmente as projeções dos analistas de mercado.