
Sob o Governo Lula, o Bolsa Família voltou a registrar uma fila de espera recorde. Em setembro, cerca de 750 mil famílias pré-habilitadas ficaram de fora do pagamento por falta de verba. O programa, que já consumiu quase todo o orçamento do ano, enfrenta agora restrição para novas concessões.
O orçamento de R$ 158,6 bilhões para 2025 está praticamente comprometido, com R$ 120 bilhões já utilizados até setembro. Assim, o governo mantém os pagamentos atuais, mas sem margem para incluir novos beneficiários — o que na prática equivale a um congelamento do programa.
O que aconteceu
Nos últimos quatro meses, o Bolsa Família encolheu. O total de famílias atendidas caiu de 20,5 milhões em junho para 19 milhões em setembro, uma redução contínua. A fila de espera cresceu, e novas inclusões estão travadas até que haja espaço fiscal ou crédito extra.
O Ministério do Desenvolvimento Social afirma que há fluxo de entradas e saídas mensais, mas confirma que o ritmo depende do orçamento. Na prática, o governo prioriza a manutenção da folha atual, sem ampliar o número de beneficiários.
Por que a fila cresceu
O aumento da fila ocorre por dois motivos principais: auditorias cadastrais e limite de recursos. Milhares de famílias foram excluídas por inconsistências ou por ultrapassar o prazo da “regra de proteção”. Ao mesmo tempo, não há verba disponível para substituir os que saem por novos beneficiários.
Com a folha mensal próxima de R$ 13 bilhões, o orçamento restante cobre apenas os pagamentos em curso. Sem reforço financeiro, o programa não tem como admitir novas famílias, mesmo entre as já pré-aprovadas.
Retrocesso social
A fila de espera pressiona prefeituras e CRAS, que enfrentam aumento da demanda por assistência básica. Famílias em situação de vulnerabilidade ficam sem renda complementar, o que amplia a desigualdade e aumenta o risco de insegurança alimentar.
Politicamente, o cenário representa um desgaste para o governo Lula, que sempre tratou o Bolsa Família como símbolo de sua política social. O “travamento” do programa gera críticas até entre aliados, por ser visto como retrocesso no combate à pobreza.
Três pontos principais
- Fila recorde: 750 mil famílias aguardam vaga no programa.
- Orçamento no limite: verba de 2025 já comprometida, sem espaço para novas inclusões.
- Congelamento político: Lula enfrenta críticas e risco de desgaste com o impasse social.