Alta dos preços

Lula diz que alta dos alimentos é culpa de "loucuras de Trump"

Presidente Lula critica atuação do Banco Central e alta do dólar como causas da inflação dos alimentos.

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Em entrevista concedida nesta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a inflação dos alimentos a dois fatores principais: a alta do dólar e a atuação do Banco Central (BC). Lula criticou duramente a gestão anterior do BC, sob o comando de Roberto Campos Neto, e também mencionou as indicações de elevação da taxa Selic já sob a gestão de Gabriel Galípolo, indicado pelo próprio presidente para chefiar a instituição.

Lula não poupou palavras ao descrever a atuação do Banco Central. “A gente teve um Banco Central totalmente irresponsável”, declarou o presidente. Ele se referiu à política monetária do BC como uma “arapuca” que não pode ser desarmada rapidamente, sugerindo que as decisões tomadas no passado, como o ciclo de aumento de juros iniciado na gestão de Campos Neto, criaram um cenário de alta do dólar que ainda impacta a economia.

“Não se pode dar um cavalo de pau no Brasil”, afirmou Lula, indicando que a reversão da alta do dólar e da inflação não será imediata. O presidente, no entanto, prometeu buscar soluções junto ao setor produtivo para baixar os preços dos alimentos.

Abertura de Mercados e a Demanda por Alimentos Brasileiros

Além da atuação do BC e da alta do dólar, Lula apontou outro fator que contribui para a inflação dos alimentos: a ampliação dos mercados para produtos brasileiros. “Nós abrimos 303 novos mercados para os produtos brasileiros. Quase todos, produtos de alimentos”, destacou o presidente.

Segundo Lula, o Brasil se tornou “o celeiro do mundo”, com alta demanda por seus produtos alimentícios. Essa demanda crescente, embora positiva para a economia, pressiona os preços internos. A solução, segundo o presidente, é aumentar a produção e melhorar a qualidade dos alimentos, para que os preços possam se ajustar.

O presidente Lula também mencionou o impacto das eleições americanas na cotação do dólar. Ele afirmou que a volatilidade cambial foi influenciada pelo clima de incerteza nos Estados Unidos, com “loucuras” e “discursos” que contribuíram para a alta da moeda americana. Lula indicou que o dólar agora começa a se ajustar, sugerindo uma possível estabilização ou queda da moeda.

Lula pede para população trocar alimentos caros por similares

Ainda sobre a alta dos alimentos, na manhã desta quinta-feira (6), o presidente propôs uma nova abordagem para o combate à alta da inflação de alimentos no Brasil. Durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, o presidente sugeriu que os consumidores deixem de adquirir produtos caros. No entanto, destacando que a decisão de compra do povo brasileiro poderia ser um fator decisivo no controle dos preços no país.

A voz do povo

Segundo o presidente, o controle da inflação de alimentos depende, em grande parte, da ação consciente da população. Ele explicou que, se os brasileiros tiverem a percepção de que um determinado produto está com um preço elevado, a solução seria simplesmente não comprá-lo.

“Se você vai num supermercado aí em Salvador e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço], senão vai estragar”, afirmou Lula.

O presidente também ressaltou que esse comportamento de controle nas compras faz parte da “sabedoria do ser humano”. Que, segundo ele, será crucial para a resolução da crise inflacionária no Brasil.

Lula mencionou que se trata de um processo educacional, que deve ser promovido junto à população brasileira, com o objetivo de criar uma consciência coletiva para que os consumidores ajam de forma estratégica e impactem diretamente o mercado.

Fernando Américo
Fernando Américo
Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvol