- Lula defende a autorização para a Petrobras pesquisar petróleo na região da foz do Amazonas
- O Ibama ainda não liberou a licença ambiental para perfuração, o que tem gerado atritos com o governo
- O presidente vê a exploração do petróleo como uma forma de financiar a transição para energias renováveis
Na quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma região localizada na foz do Amazonas.
Durante entrevista à Rádio Diário FM, do Amapá, Lula reiterou a necessidade de permitir que a Petrobras realize pesquisas na área. Dessa forma, visando confirmar a presença de petróleo.
De acordo com o presidente, a pesquisa é um passo essencial para o Brasil poder explorar a riqueza natural da região. O que, segundo ele, seria crucial para financiar a transição energética do país.
A necessidade de pesquisa
Lula defendeu que a autorização para que a Petrobras inicie a pesquisa na Margem Equatorial é fundamental para o desenvolvimento do Brasil.
O presidente destacou que, embora a exploração da área ainda dependa de um processo de pesquisa, é importante que o governo tenha clareza sobre o potencial de recursos ali encontrados.
“O que nós queremos é que o governo diga qual é a vontade dele, a Petrobras é uma empresa responsável”, afirmou Lula, ressaltando que qualquer ação será feita dentro dos “ritos necessários” para evitar impactos ambientais.
Segundo ele, a pesquisa é um passo inicial para determinar a viabilidade de exploração de petróleo na região, mas a decisão final sobre a exploração será discutida em um momento posterior.
Para Lula, o que não pode acontecer é que o Ibama, órgão ambiental, se coloque contra a vontade do governo. Principalmente, em um “momento em que o país enfrenta desafios econômicos” e necessita de recursos para o financiamento da transição energética.
“Não podemos saber que temos uma riqueza debaixo de nós e não explorar”, disse o presidente.
O conflito com o Ibama
A área da Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá, apresenta grande potencial para a exploração de petróleo. No entanto, o projeto da Petrobras tem enfrentado obstáculos devido à resistência do Ibama. Que se opõe, portanto, à emissão de licença ambiental para a perfuração de um poço na região.
Técnicos do órgão ambiental recomendam que a licença não seja concedida, alegando preocupações com os impactos ambientais que a exploração do petróleo poderia causar na região. Em especial, no ecossistema delicado da Amazônia.
Em 2024, Lula já havia se manifestado favorável à exploração de petróleo na região, garantindo que o governo tomaria todas as precauções necessárias para preservar o meio ambiente durante as atividades de pesquisa e, se for o caso, exploração.
O presidente afirmou que a Petrobras tem competência para conduzir a pesquisa de forma responsável. Assim, respeitando todas as normas ambientais.
A transição energética
Uma das principais justificativas de Lula para a pesquisa e, eventualmente, para a exploração do petróleo na Margem Equatorial, é o financiamento da transição energética do Brasil.
O presidente destacou que a exploração de petróleo pode gerar recursos essenciais para financiar projetos de energia renovável e sustentável no futuro.
A transição energética, que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis e aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética, é uma prioridade para o governo.
No entanto, Lula acredita que, para financiar essa transição, é preciso explorar as riquezas naturais do país de forma estratégica.
“É dessa riqueza que a gente vai ter dinheiro para construir a famosa e esperada transição energética”, afirmou o presidente.
Oportunidades para o Governo
O governo de Lula tem enfrentado desafios ao tentar conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. A proposta de explorar petróleo na Margem Equatorial, uma área sensível do ponto de vista ecológico, gerou polêmica e dividiu opiniões entre ambientalistas e defensores do crescimento econômico.
No entanto, o presidente tem reiterado que a pesquisa não significa a exploração imediata da região. E, que todas as medidas necessárias para evitar danos ambientais, serão tomadas.
O governo espera que, após a confirmação da existência de petróleo, possa gerar recursos para fortalecer a economia nacional. E, assim, impulsionar a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.