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Lula diz que quem investir em dólar "vai quebrar a cara"

Afirmação do Presidente foi feita durante uma sessão do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.

Imagem/Reprodução Lula foto oficial Palácio do Planalto
Imagem/Reprodução Lula foto oficial Palácio do Planalto
  • Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a valorização do dólar frente ao real durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.
  • Declarou que aqueles que apostarem na alta do dólar vão “quebrar a cara” e alertou contra investimentos em derivativos, prevendo perdas.
  • Defendeu seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criticou isenções fiscais sem contrapartidas para os trabalhadores.
  • Enfatizou a importância de equilibrar macroeconomia e microeconomia para benefício social.
  • Comparou positivamente a dívida pública brasileira com a de países desenvolvidos, defendendo responsabilidade fiscal.
  • Expressou o objetivo de transformar o Brasil em um país de classe média, equiparando-o a nações europeias em padrão de vida.
  • Criticou altas taxas de juros que desestimulam investimentos produtivos e destacou o papel dos bancos públicos na concessão de crédito.

Durante uma sessão do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou críticas contundentes àqueles que especulam sobre a valorização do dólar em relação ao real. Lula declarou enfaticamente que “aqueles que apostarem na valorização do dólar contra o real vão se dar mal” e alertou sobre os riscos de investimentos em derivativos, afirmando que “quem se aventurar nesse tipo de operação vai perder dinheiro neste país“.

Para Lula, muito da alta do dólar se deve à forma “cretina” como as informações são apresentadas por alguns veículos midiáticos. Como exemplo, citou, sem dar nome, alguns comentaristas que teriam associado a alta de ontem, da moeda norte-americana, à entrevista concedida por ele ao portal UOL.

“Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista. Esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora aquilo que querem sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”.

Argumentou o presidente.

E logo em seguida, Lula ainda acrescentou:

“pode ter certeza: quem tiver apostando derivativo [que tenham como referência a moeda dos EUA para o mercado futuro] vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no fracasso do real. Eu já vi isso em 2008. As pessoas que achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar quebraram a cara. E vão quebrar outra vez.

Disse o presidente.

As observações de Lula surgem em meio a um aumento recente no valor do dólar, que alcançou seu pico em dois anos e meio em resposta a comentários do presidente sobre a política fiscal. Lula aproveitou a oportunidade para defender o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticando a falta de contrapartidas em isenções fiscais concedidas pelo Congresso Nacional e destacando a importância de políticas que beneficiem diretamente os trabalhadores.

Microeconomia

O presidente defendeu uma abordagem equilibrada entre macroeconomia e microeconomia, argumentando que compreender os impactos econômicos na base da sociedade é crucial. Ele reiterou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, comparando favoravelmente a situação da dívida pública brasileira com a de países desenvolvidos.

“É por isso que eu repito: muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza. Significa desemprego, prostituição, desnutrição e analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário. Significa uma ascensão social de todas as classes sociais; significa mais educação, melhor transporte, mais salário e mais crescimento”.

Afirmou Lula.

Lula delineou uma visão de crescimento econômico que busca elevar o Brasil ao status de país de classe média, equiparando seu padrão de vida ao de nações europeias desenvolvidas. Ele também criticou as altas taxas de juros que, segundo ele, desencorajam investimentos produtivos, enquanto destacava que os bancos públicos têm desempenhado um papel mais ativo na concessão de crédito em comparação aos bancos privados.