
- Lula afirmou que a Selic, atualmente em 15%, é o único número negativo da economia
- Presidente voltou a pressionar por cortes na taxa de juros e disse ter “certeza” de que ela vai cair
- Declaração foi feita durante evento da Petrobras no Rio, com anúncio de novos investimentos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os juros altos nesta sexta-feira (4), durante cerimônia da Petrobras em Duque de Caxias (RJ). Logo, segundo ele, a taxa Selic — atualmente em 15% ao ano — é o único número negativo da economia brasileira. Lula afirmou ter “certeza” de que os juros irão cair em breve.
Lula vê economia em “momento único”
Durante o discurso, o presidente adotou tom otimista. Nesse sentido, disse que o Brasil vive um momento de estabilidade e crescimento, com investimentos públicos e privados avançando. Então, para ele, apenas a taxa de juros elevada continua atrapalhando o ritmo da economia.
“Estamos com inflação controlada, empregos crescendo, dólar sob controle… Só tem um número negativo: a taxa Selic”, afirmou Lula. Além disso, segundo ele, esse patamar de 15% não faz sentido diante das condições atuais do país.
Desse modo, o presidente também reafirmou sua confiança no Banco Central. Ainda assim, deixou claro que espera novos cortes nos próximos meses. “Eu tenho certeza de que a Selic vai cair”, completou.
Pressão renovada sobre o Banco Central
Apesar das pressões políticas, o BC tem adotado postura mais cautelosa, diante da inflação persistente e do cenário fiscal instável.
Ademais, desde o início de seu terceiro mandato, Lula critica abertamente o nível dos juros. No entanto, o Banco Central já reduziu a Selic em vários pontos percentuais desde o pico, em 2022.
Ainda assim, o presidente cobra uma política monetária mais alinhada com os indicadores recentes. Para o governo, a manutenção da Selic elevada dificulta o crédito, desestimula o consumo e trava o crescimento.
Evento marcou anúncio bilionário da Petrobras
Lula falou durante cerimônia de anúncio de novos investimentos da Petrobras nos setores de refino e petroquímica. O evento ocorreu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e contou com a presença de autoridades locais, ministros e executivos da estatal.
Além disso, a Petrobras planeja ampliar a produção em suas refinarias e investir em áreas estratégicas para reduzir a dependência de importações e fortalecer a indústria nacional. O presidente destacou que o papel da empresa vai além do petróleo, sendo também motor de desenvolvimento.
Portanto, o clima político da cerimônia foi favorável ao presidente, que usou o espaço para reforçar sua narrativa de que a economia precisa de estímulo, e não de freios.