Juíza responsável pela Lava Jato aumenta pena do ex-presidente a mais 12 anos. A denúncia é corrupção e lavagem de dinheiro no Sítio Atibaia.
Nesta quarta-feira, 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado a mais 12 anos e 11 meses de prisão. Assim a decisão foi de Gabriela Hardt, juíza federal e atual responsável pela Operação Lava Jato.
A denúncia é corrupção ativa e lavagem de dinheiro correspondentes ao Sítio Atibaia, localizado no interior de São Paulo. Segundo a sentença, haviam propinas de empreiteiras como OAS, Schahin e Odebrech.
Tais crimes estão relacionados às reformas no imóvel, e somam R$ 1,02 milhão. No qual encontra-se no nome de Fernando Bittar, amigo da família petista e Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas.
Conforme a investigação, o sítio passou por mais de uma reforma. A primeira, no valor de R$ 150 mil, organizada pelo pecuarista José Carlos Bumlai. Enquanto a segunda foi de R$ 700 mil, disponibilizada pela Odebrech. Já a última, foi de R$ 170 mil, custeada pela OAS.
Detalhes da sentença
A sentença afirma que o valor de 1 milhão de reais destinado ao Sítio Santa Bárbara, responsável pelas empreiteiras, foi oferecido como favor ao ex-presidente
Com isso, a juíza federal destaca que os proprietários dos imóveis possuem vínculos com a família de Lula. E que as operações contaram com o envolvimento de Roberto Teixeira, advogado e amigo do petista.
“Fato também incontroverso é o uso frequente do sítio pela família de Luiz Inácio Lula da Silva. Sendo que, ao menos em alguns períodos, também resta incontroverso que a família do ex-presidente chegou a usá-lo até mais do que a família Bittar”, anotou Gabriela Hardt.
Em documento, a juíza denota que Lula recebeu vantagem indevida por conta do seu cargo de Presidente da República. E contesta que, devido ao mandato do petista, deveria se esperar um comportamento exemplar.
Gabriela Hardt alega que o crime foi praticado em um esquema mais amplo no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina. Para ela, a corrupção aconteceu na tentativa de manter o poder do Partido dos Trabalhadores.
“Consequências também devem ser valoradas negativamente. Pois, o custo da propina foi repassado à Petrobras, através da cobrança de preço superior à estimativa. Aliás propiciado pela corrupção, com o que a estatal ainda arcou com o prejuízo no valor equivalente”, escreveu.
Lista de condenados
O documento feito pela juíza condena outros envolvidos. São eles: José Adelmário Pinheiro Neto e Léo Pinheiro, cuja pena foi de 1 ano, 7 meses e 15 dias.
Em seguida, José Carlos Bumlai, condenado a 3 anos e 9 meses de prisão. Como também, o advogado Roberto Teixeira, a 2 anos de reclusão. E ainda os empresários Fernando Bittar, e Paulo Gordilho, ambos com 3 anos de reclusão.
Além deles, Gabriela Hardt penalizou Marcelo Odebrecht, a 5 anos e 4 meses de prisão, Emílio Odebrech, a 3 anos e 3 meses e Alexandrino Alencar, a 4 anos.
Por fim, foram condenados também Carlos Armando Guedes Paschoal, com pena de 2 anos e Emyr Diniz Junior, a 3 anos. Desta forma, como todos citados são delatores do caso, irão cumprir penas negociadas.
Caso tríplex
Em julho do ano passado, o ex-juiz Sérgio Moro condenou Lula a 12 anos e 1 mês pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Acusação relacionada ao tríplex localizado em Guarujá, São Paulo.
De acordo com a denúncia realizada pelo Ministério Público, o ex-presidente recebeu propina da OAS, na quantia de 2,2 milhões de reais. Este valor foi oferecido ao Partido dos Trabalhadores para que a empreiteira tenha benefícios dentro da Petrobras.
Atualmente, Lula está preso na Polícia Federal de Curitiba. E cumpre pena desde 7 de abril de 2018. Porém, com a nova sentença, a condenação final do petista é 25 anos de prisão.