
- Brasil e EUA iniciam negociações para reduzir tarifas de 50% sobre produtos brasileiros
- Lula e Trump demonstram clima cordial e expectativa de acordo preliminar em poucas semanas
- Especialistas veem avanço como positivo para exportações, indústria e confiança do mercado
O Brasil e os Estados Unidos deram início oficial às negociações para reduzir o tarifaço de 50% imposto por Washington sobre produtos brasileiros, após o encontro entre os presidentes Lula e Trump, realizado no domingo (26) na Malásia. As tratativas visam restabelecer o diálogo interrompido e criar um modelo de cooperação comercial mais previsível.
As equipes técnicas já começaram os trabalhos, com encontros virtuais e presenciais programados para as próximas semanas. O governo brasileiro vê a perspectiva de acordo preliminar em poucas semanas, sinalizando que exportações estratégicas podem ser destravadas.
O que está em jogo
As tarifas de 50% atingem setores estratégicos, como carne, café, aço e produtos químicos. O governo brasileiro afirma que a suspensão temporária das tarifas é condição essencial para avançar nas negociações.
O plano de trabalho inclui reuniões técnicas para revisão tarifária e discussão de possíveis compensações setoriais. Assim, a expectativa do Planalto é alcançar entendimento preliminar até o início de novembro, com nova reunião prevista ainda nesta semana.
Desse modo, a retomada do diálogo sinaliza confiança entre os países, essencial para fortalecer o comércio bilateral e criar previsibilidade para empresas brasileiras.
Posicionamento de Lula e Trump
O presidente Donald Trump afirmou que o encontro com Lula foi “muito bom” e elogiou o brasileiro, chamando-o de “muito vigoroso e impressionante”. Trump destacou disposição para buscar acordo, mas lembrou que as tarifas ainda permanecem em 50%.
Lula, por sua vez, demonstrou otimismo e entregou uma lista de reivindicações, incluindo o fim das tarifas e a revogação de sanções aplicadas a ministros do STF e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Portanto, o presidente destacou que o Brasil possui déficit comercial com os EUA, justificando a necessidade de redução tarifária.
Análises de especialistas
A CNI classificou o encontro como avanço concreto, ressaltando que o acordo pode devolver previsibilidade às exportações e fortalecer indústria e emprego.
Além disso, o economista Roberto Dumas apontou que o clima cordial entre os líderes e o cenário internacional favorável podem reduzir as tarifas de 50% para cerca de 10%, impulsionando o mercado financeiro.
Já Manuel Furriela, especialista em Direito Internacional, destacou que a aproximação cria condições para resolver pendências e remover obstáculos à retomada comercial, como as sanções ligadas à Lei Magnitsky.
Próximos passos
O Planalto espera que a suspensão temporária das tarifas seja confirmada, permitindo avançar em reuniões técnicas e construção de novo modelo de cooperação comercial.
Ademais, o encontro marca o primeiro passo concreto para superar impasse comercial.
Por fim, existe a chance potêncial para redefinir o papel do Brasil nas cadeias globais e fortalecer o ambiente de negócios nos próximos anos.