Crise internacional

Lula está financiando a guerra na Ucrânia? Otan promete sancionar o Brasil por compra de Diesel Russo

Aliança militar acusa Brasil de ajudar Moscou indiretamente; mesmo sob ameaça de sanções, governo e setor privado mantêm postura desafiadora

Ucrânia
  • Otan afirma que Brasil pode sofrer retaliações por continuar comprando combustível da Rússia
  • Estados Unidos estudam tarifas de até 100% para punir países que mantêm laços com Moscou
  • Abicom defende importações e diz que Brasil seguirá comprando diesel russo, mesmo com sanções

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deu um recado direto ao Brasil: o país pode entrar na mira de sanções por continuar negociando com a Rússia em meio à guerra na Ucrânia. O alerta partiu do secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, que incluiu Brasil, China e Índia entre os países que “estão ajudando a financiar a guerra de Putin”, ao manterem relações comerciais com Moscou.

A declaração, feita nesta segunda-feira (15), causou forte repercussão internacional. Segundo Stoltenberg, os países que ignoram os embargos ocidentais e continuam importando combustíveis russos “devem estar preparados para consequências”. A fala ocorre num momento em que os Estados Unidos já estudam medidas duras, como tarifas de até 100% sobre bens de nações que mantêm negócios estratégicos com o Kremlin.

Embora o foco inicial esteja em setores como petróleo e combustíveis, a sinalização de Stoltenberg amplia a pressão sobre o Brasil e fortalece a ala do governo americano que deseja punir economicamente aliados do BRICS.

Diesel russo no Brasil: governo e mercado desafiam o Ocidente

Apesar da ameaça explícita da Otan, o Brasil não parece disposto a recuar. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) já afirmou que o país continuará comprando diesel russo mesmo se os Estados Unidos ou a Otan impuserem sanções econômicas.

De acordo com Sérgio Araújo, presidente da Abicom, o diesel importado da Rússia é hoje uma alternativa viável frente ao alto custo do combustível no mercado internacional. Ele destaca que a origem do produto não é ilegal e que, até o momento, não há proibição formal para essa transação.

Na visão do setor privado, recuar agora significaria desorganizar a cadeia de abastecimento e gerar impactos diretos nos preços ao consumidor final. Araújo acrescenta que “a Abicom trabalha para garantir o abastecimento com o menor custo possível”, o que reforça a disposição de manter os contratos com os russos.

Diplomacia em xeque e desgaste com aliados

A posição brasileira, no entanto, gera incômodo crescente entre aliados tradicionais do Ocidente. Para diplomatas europeus, o Brasil tem se alinhado cada vez mais com o eixo Rússia-China, adotando uma postura ambígua que pode trazer danos à sua imagem global.

Fontes ligadas ao Departamento de Estado americano afirmam que o governo Biden está analisando medidas comerciais e diplomáticas para conter essa aproximação. Uma das hipóteses sobre a mesa é a imposição de barreiras comerciais não apenas ao diesel, mas também a produtos exportados pelo Brasil aos EUA, como aço, alumínio e commodities agrícolas.

Nos bastidores do Itamaraty, o clima é de apreensão. Embora o governo Lula mantenha o discurso de neutralidade, a insistência em manter relações comerciais com Moscou pode colocar o país em uma rota de colisão com potências do G7.

Risco econômico e impacto nos combustíveis

A possível imposição de tarifas ou sanções ao economia. Especialistas apontam que medidas punitivas podem afetar a balança comercial, aumentar o custo de exportações e agravar a insegurança jurídica para investimentos estrangeiros.

No setor energético, o impacto seria imediato. Se houver encarecimento das importações ou interrupção no fornecimento de diesel russo, o preço dos combustíveis no Brasil pode disparar, afetando o transporte, a inflação e o poder de compra da população.

Mesmo assim, até agora, o governo brasileiro não sinalizou mudança de postura. A combinação de pragmatismo econômico com alinhamento geopolítico alternativo parece estar prevalecendo, mesmo com o risco crescente de retaliação internacional.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.