Ameaça de tarifas

Lula perde a linha e ameaça Trump: "Fale manso comigo"

Presidente brasileiro critica ameaça de tarifas e negocia alternativas para proteger exportações.

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  • Lula responde a Donald Trump e defende ação diplomática contra taxas sobre o aço
  • Alckmin conduz negociações com os EUA para evitar impacto na economia brasileira
  • Brasil pode flexibilizar imposto sobre etanol como contrapartida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um recado direto ao presidente norte-americano, Donald Trump, nesta terça-feira (11), em resposta à decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio. A medida, que entra em vigor nesta quarta-feira (12), pode afetar significativamente as exportações brasileiras.

Em um evento em Minas Gerais, Lula criticou a postura do governo americano e reafirmou a força econômica do Brasil.

“Não adianta o Trump continuar gritando de lá, porque aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo”, declarou.

O presidente também destacou o crescimento da economia nacional, prevendo um avanço acima de 3% durante seu governo, aliado ao controle da inflação e à reforma tributária. Segundo ele, as medidas adotadas garantem que o Brasil continue a se fortalecer economicamente, independentemente das decisões externas.

Negociações diplomáticas em andamento

Enquanto Lula adota um tom firme, o vice-presidente Geraldo Alckmin lidera as negociações com o governo norte-americano para minimizar os impactos da tarifa. Entre as soluções em discussão está a renovação das cotas de exportação, permitindo que parte do aço brasileiro continue isenta da tarifa.

Na última semana, Alckmin se reuniu virtualmente com Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, e com Jamieson Greer, representante comercial americano. Durante as conversas, os Estados Unidos propuseram que o Brasil reduza a tarifa de importação sobre o etanol americano, atualmente em 18%, como contrapartida para flexibilizar as restrições ao aço.

As negociações devem continuar nos próximos dias, com expectativa de avanço em uma solução diplomática que beneficie ambos os países.

Impacto comercial

Apesar da ameaça de tarifa, os Estados Unidos mantêm uma vantagem comercial na cadeia siderúrgica. A balança comercial entre os dois países é superavitária para os americanos em mais de US$ 3 bilhões. Especialistas apontam que essa dependência mútua pode favorecer um acordo que minimize impactos negativos para ambos os lados.

A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos reflete a postura protecionista adotada por Trump, que busca fortalecer a indústria americana com tarifas sobre importações. No entanto, a diplomacia brasileira segue mobilizada para garantir que as exportações não sejam prejudicadas.

Lula e sua equipe mantêm o discurso de que o Brasil não aceitará pressão econômica sem resposta. Caso a tarifa se confirme, o governo avalia medidas de retaliação para equilibrar as relações comerciais entre os dois países. O desfecho das negociações pode definir o tom da relação entre Brasil e EUA nos próximos anos.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ