
- Aprovação estacionada (46%) e desaprovação alta (51%); percepção de que o país segue na direção errada (58%).
- Programas sociais muito aprovados, porém vistos como direitos, reduzindo o ganho político imediato.
- Inflação de alimentos volta a pesar (61%), enquanto soberania e BRICS têm apoio; ainda assim, Lula é visto como desconectado do povo (61%).
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (17) mostra que 51% desaprovam e 46% aprovam o governo Lula, repetindo os números de agosto. Portanto, não houve melhora no saldo político do Planalto.
Segundo o instituto, a sondagem ouviu 2.004 pessoas entre 12 e 14 de setembro, com margem de erro de 2 pontos e confiança de 95%. Assim, a estabilidade dos índices contrasta com a comunicação intensa do governo.
Aprovação e avaliação
Os gráficos indicam que a aprovação parou de subir, enquanto a desaprovação se mantém elevada. Além disso, a curva de melhora recente perdeu força.
Na avaliação do trabalho presidencial, 38% dizem ser negativo, 31% positivo e 28% regular. Desse modo, o governo enfrenta dificuldade para virar a percepção.
Outro sinal de alerta: 61% afirmam que Lula “perdeu a conexão com o povo”. Portanto, o atributo que sempre sustentou sua imagem segue fragilizado.
Programas sociais: alta aprovação, baixo ganho político
Os programas seguem populares; Minha Casa Minha Vida (89%), Farmácia Popular (88%) e Bolsa Família (80%) lideram. Além disso, o Gás do Povo tem 67% de aprovação.
Entretanto, 65% dizem ver programas sociais como direitos. Assim, o retorno político imediato tende a ser menor.
Quando perguntado se o governo está melhor, igual ou pior que o esperado, 50% respondem “pior”, 27% “igual” e 21% “melhor”. Logo, a frustração segue majoritária.
Economia, preços e emprego
Na economia do dia a dia, 61% relatam alta nos preços de alimentos no último mês. Portanto, a inflação percebida voltou a incomodar.
Além disso, 58% veem o Brasil na direção errada, contra 36% que enxergam direção certa. Esse saldo negativo pesa sobre a popularidade.
Há um alívio parcial: 41% afirmam que está mais fácil conseguir emprego, embora 49% ainda digam ser mais difícil. Ou seja, o quadro melhora lentamente.
Soberania, BRICS e embate político
No front externo, 64% consideram correta a defesa da soberania frente aos EUA. Desse modo, a pauta rende apoio social.
Também há maioria para a agenda multilateral: 53% aprovam a aliança comercial com os BRICS. Ainda assim, o ganho não migra para aprovação geral.
No embate político, 49% acham que Lula e o PT estão mais certos do que Bolsonaro e seus aliados (27%). Contudo, esse favoritismo não se converteu em avanço nos índices.