
- Aprovação de Lula chega a 50% e supera a desaprovação pela primeira vez no ano
- Centro e classe média voltam a apoiar o presidente após meses de críticas
- Pesquisa Ipespe indica retomada política em meio a turbulências econômicas e embates no Congresso
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 50% em setembro, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada nesta quinta-feira (25). O índice representa uma virada: a desaprovação recuou para 48%, após meses de críticas crescentes.
O movimento marca uma recuperação política significativa do presidente, que vinha sofrendo com a crise no Congresso e com o desgaste provocado pelo tarifaço dos Estados Unidos. O levantamento indica que o governo conseguiu reconquistar parte de um eleitorado que vinha se afastando.
Onde Lula avançou mais
O governo mantém apoio quase unânime entre a esquerda, com 95% de aprovação. Mas a mudança relevante está nos segmentos que definem eleições: entre o centro, 49% aprovam e 48% desaprovam. Já na classe média, a aprovação alcança 51%.
Esses números revelam que, mesmo em meio a turbulências econômicas e embates políticos, Lula conseguiu recuperar terreno em segmentos decisivos.
Analistas destacam que esse avanço pode alterar o clima político de Brasília, onde a relação com o Congresso vinha sendo marcada por tensão.
O que explica a virada
Para especialistas, o resultado reflete a percepção de que o governo conseguiu estabilizar a agenda política e conter parte da crise de confiança.
Além disso, medidas voltadas para programas sociais e o reposicionamento na política externa ajudaram a melhorar a imagem do presidente.
Outro ponto é a leitura de que a oposição não conseguiu manter o ritmo de ataques. Enquanto isso, o governo passou a capitalizar resultados parciais em economia e programas voltados para a classe média, público que costuma oscilar entre aprovação e rejeição.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi realizada entre 19 e 22 de setembro, com 2.500 eleitores em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95,45%.
Ademais, segundo o Ipespe, os números indicam que a aprovação pode se consolidar nos próximos meses se a economia der sinais de estabilidade.
Por fim, o governo ainda enfrenta desafios relacionados ao crescimento baixo e às negociações no Congresso.