Na bronca

Lula volta a atacar Netanyahu e diz que Brasil não tem problema com Israel

Em coletiva na Itália, presidente afirmou que a relação entre Brasil e Israel voltará ao normal quando Benjamin Netanyahu deixar o poder.

Lula
Foto: David Dee Delgado / Bloomberg
  • Lula disse que o Brasil tem problema com Netanyahu, não com Israel.
  • Presidente elogiou cessar-fogo mediado pelos EUA, mas mostrou ceticismo sobre sua duração.
  • Críticas podem reacender tensão diplomática com o governo israelense.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante entrevista coletiva em Roma, nesta segunda-feira (13). Segundo ele, o Brasil não tem conflito diplomático com Israel, mas com o atual líder israelense.

O Brasil não tem problema com Israel, tem com Netanyahu. A hora que ele não for mais governo, não haverá nenhum problema entre os dois países, que sempre mantiveram uma relação muito boa”, afirmou Lula, reforçando o tom político de sua fala.

Críticas e contexto internacional

As declarações de Lula ocorrem após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mediado pelos Estados Unidos.

O presidente brasileiro destacou que vê o movimento como “um começo promissor”, mas disse que ainda é cedo para falar em paz duradoura.

“Eu não sei se é definitivo, mas estou feliz porque é um começo. O fato de o presidente Donald Trump ter ido ao parlamento em Israel e falado é muito importante”, declarou.

Segundo ele, a presença americana pode pressionar por uma solução diplomática mais ampla.

Relação conturbada entre Brasil e Israel

As tensões entre Brasília e Tel Aviv aumentaram desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, quando Lula comparou as ações israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto, declaração que gerou forte reação do governo israelense.

Em resposta, Netanyahu classificou as falas como “vergonhosas”, e o Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou Lula persona non grata até que ele se retratasse.

Desde então, as relações entre os dois países permanecem frias, apesar das tentativas de reaproximação via canais diplomáticos.

Cenário político e impacto regional

Analistas veem as novas declarações como uma tentativa de Lula reforçar sua imagem de mediador global, ao mesmo tempo em que mantém a base ideológica de seu governo alinhada à esquerda internacional.

O discurso, porém, pode aprofundar o distanciamento com Israel e fortalecer tensões com setores conservadores no Brasil.

Apesar da retórica, Lula disse esperar que “aqueles que ajudaram Israel na sua posição de virulência agora ajudem a construir uma paz definitiva”. O Itamaraty, por sua vez, não comentou o impacto diplomático imediato das novas declarações.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.