
Uma recente pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha no último domingo (6) revelou uma piora acentuada na maneira como os brasileiros percebem a economia nacional sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pela primeira vez desde janeiro de 2023, a maioria da população (55%) acredita que a situação econômica do país piorou nos últimos meses.
O levantamento, realizado entre os dias 1º e 3 de abril deste ano, contou com a participação de 3.054 entrevistados em 172 municípios. Sua margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A pesquisa evidenciou um aumento expressivo do pessimismo, fazendo acender um sinal de alerta severo no Palácio do Planalto, já que essa constatação vem em um momento crítico politicamente e economicamente.
A comparação com a pesquisa anterior, feita em dezembro de 2024, traz ainda mais dados preocupantes para o governo federal. O índice de entrevistados que acreditam na piora econômica cresceu de maneira significativa, saltando de 45% registrados anteriormente para 55% agora, marcando assim uma disparada negativa de dez pontos percentuais.
O número daqueles que avaliam que a economia brasileira melhorou recentemente ficou praticamente estável, diminuindo de 22% para 21%. Já a parcela dos que consideram que a situação permaneceu igual caiu consideravelmente, passando de 31% para apenas 23% desde o último levantamento. Apenas 1% dos entrevistados não soube responder à pergunta sobre a economia recente do país.
Esses resultados ilustram claramente um cenário de crescente desapontamento popular em relação às medidas econômicas e sociais até aqui implementadas. Mesmo diante dos esforços do governo Lula para lançar e ampliar políticas sociais, como o programa “Desenrola” para renegociação de dívidas e o “Pé de Meia” para incentivar a poupança, o sentimento majoritário segue sendo de frustração quanto aos rumos econômicos.
A pesquisa também trouxe dados preocupantes quanto à percepção futura da economia: diante do aumento da inflação em setores essenciais como alimentação e da desvalorização do real frente ao dólar, o número de cidadãos que esperam uma piora econômica subiu de 28% para expressivos 36%. Enquanto isso, a parcela que acredita numa melhora em breve sofreu uma redução, indo de 33% para apenas 29%. Aqueles que avaliam que o cenário permanecerá estável são 32%.
Tal pessimismo crescente sinaliza que as medidas governamentais — como a recente isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil mensais — ainda não conseguiram atingir seu objetivo primário: elevar a popularidade presidencial, melhorar o clima econômico e fortalecer o otimismo dos brasileiros diante do futuro próximo.
Além disso, a comunicação oficial do governo Lula, que passou por mudanças no início deste ano buscando maior aproximação popular e clareza ao explicar as ações governamentais, até o momento, não surtiu o efeito desejado. A desaprovação popular das ações econômicas do governo federal permanece elevada, reforçando essa onda negativa.
Diversos analistas apontam que fatores como preços ainda elevados nos supermercados, desemprego em patamar preocupante e uma sensação generalizada de insegurança econômica e fiscal vem alimentando esse cenário negativo. A pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha demonstra portanto um desafio claro para a atual gestão: reverter o pessimismo econômico que já afeta mais da metade dos brasileiros.