Indústria nacional

Marcopolo recebe R$ 445 mi do BNDES para exportar ônibus ao exterior

Fabricante brasileira amplia presença internacional com apoio do governo; Mercadante diz que estratégia reforça a competitividade da indústria.

Marcopolo
Reprodução
  • BNDES aprovou R$ 445 milhões para a Marcopolo produzir e exportar ônibus e carrocerias.
  • Operação integra estratégia do governo Lula para fortalecer a indústria e gerar divisas.
  • Empresa ampliará presença na América do Sul e África com apoio da linha Exim Pré-Embarque.

O BNDES aprovou, nesta segunda-feira (30), um financiamento de R$ 445,2 milhões à Marcopolo para produção de ônibus e carrocerias destinadas à exportação. O crédito faz parte da linha BNDES Exim Pré-Embarque e se soma a outras operações recentes que têm fortalecido a atuação internacional da fabricante brasileira, especialmente em países da América do Sul e da África.

Exportações ganham novo impulso

A Marcopolo, tradicional empresa do setor de transporte, ampliará suas exportações com o novo financiamento. Assim, a operação será voltada à produção de veículos de passageiros e carrocerias para venda externa, sobretudo para Chile, Peru, Argentina e países africanos. Então, com isso a empresa reforça sua estratégia de expansão internacional, aproveitando a demanda por transporte público moderno em mercados emergentes.

Ademais, segundo o BNDES, esta é a quinta operação aprovada nos últimos dois anos para a Marcopolo dentro do mesmo modelo de crédito. No total, os financiamentos recentes já somam aproximadamente R$ 741 milhões, reforçando a confiança do banco na capacidade exportadora da companhia.

Desse modo, o modelo BNDES Exim Pré-Embarque é voltado para empresas que produzem no Brasil para vender no exterior. Portanto, o banco libera os recursos antes do embarque dos produtos, o que permite às indústrias organizarem produção e logística com mais previsibilidade.

Foco em competitividade e geração de renda

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o apoio às exportações está alinhado à estratégia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Queremos garantir competitividade à indústria brasileira no exterior, promover ingresso de divisas e modernizar a economia”, declarou.

Para ele, financiar setores de alto valor agregado, como o de ônibus e carrocerias, fortalece o parque industrial nacional. Além disso, são áreas que geram empregos qualificados e renda em diversas regiões do país. A Marcopolo, por exemplo, tem fábricas e unidades de montagem em estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

O estímulo à exportação também contribui para melhorar a balança comercial brasileira, ao reduzir a dependência de importações e aumentar o fluxo de entrada de dólares. Nos últimos anos, a indústria brasileira vinha perdendo espaço no comércio global, e o governo aposta na política de crédito público para reverter essa tendência.

Internacionalização como caminho estratégico

Além da América do Sul, a Marcopolo vem ampliando sua presença em nações africanas, onde a demanda por mobilidade urbana eficiente é crescente. Com o financiamento aprovado, a empresa poderá atender contratos já firmados e prospectar novos mercados.

A estratégia da fabricante tem sido acompanhar o movimento de urbanização acelerada em cidades de médio porte e capitalizar sobre a necessidade de renovação de frotas em países em desenvolvimento. Segundo analistas do setor, o apoio do BNDES dá segurança operacional e competitiva às empresas brasileiras, permitindo que elas disputem mercado com players globais.

Para o governo, esse tipo de financiamento também tem efeito multiplicador, já que estimula a cadeia de fornecedores, desde os fabricantes de autopeças até os operadores logísticos. Ou seja, os efeitos do crédito ultrapassam a Marcopolo e ajudam a dinamizar toda a economia industrial.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.