Nesta quinta-feira (8), os frigoríficos listados na Bolsa de Valores do Brasil (B3) registraram queda, apesar das projeções otimistas para o setor agrícola divulgadas por importantes instituições como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Bolsa de Buenos Aires. A Marfrig (MRFG3) liderou as baixas com uma queda de 2,95%, refletindo um cenário de incerteza que impactou negativamente o setor.
A “Super Quinta” das commodities agrícolas trouxe previsões encorajadoras, com o USDA estimando a safra global de soja 23/24 em 398,21 milhões de toneladas e revisando a produção do Brasil para 156 milhões de toneladas, acima das expectativas do mercado de 153 milhões. Dados semelhantes para milho e trigo foram divulgados, sugerindo um cenário potencialmente favorável para os frigoríficos, que dependem desses grãos para alimentar seu rebanho.
Contrariando as projeções positivas, os frigoríficos brasileiros listados na B3 registraram quedas significativas. A Marfrig recuou 2,95%, seguida pela JBS com uma queda de 1,66%, a Minerva com 2,50% e a BRF com 1,62%. Especialistas apontam para uma aversão ao risco generalizada entre os investidores, exacerbada pela incerteza quanto à política de juros nos Estados Unidos, como um dos principais fatores por trás dessas baixas.
Luis Novaes, da Terra Investimentos, e Hyberville Neto, da HN Agro, concordam que, apesar das perspectivas favoráveis para os frigoríficos derivadas dos relatórios sobre commodities agrícolas, o sentimento de aversão ao risco e a incerteza em relação aos juros americanos têm desencorajado o posicionamento em ativos emergentes como os frigoríficos brasileiros. Neto também destaca a competição direta e indireta com os Estados Unidos, um dos maiores consumidores e concorrentes no mercado internacional de carnes.
A escassez de animais prontos para abate tem sido um desafio adicional para empresas como a JBS, que possui significativa exposição ao mercado norte-americano. Esse fator, combinado com a alta dos preços nos EUA e a menor produção de carne no país, impacta diretamente as operações e os lucros das companhias brasileiras no setor.
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Perspectivas para o Setor
Apesar do recuo observado na B3, a longo prazo, espera-se que os frigoríficos brasileiros possam se beneficiar das condições favoráveis das commodities agrícolas, desde que consigam navegar pelas incertezas econômicas globais e manter uma gestão eficiente diante dos desafios operacionais. A capacidade dessas empresas de adaptar-se e aproveitar as oportunidades de mercado determinará seu sucesso futuro.
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