- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se juntou a aliados de Lula para condenar a reeleição de Nicolás Maduro, acusando fraude nas eleições de 2024
- Enquanto Marina e outros aliados se posicionam contra Maduro, o governo brasileiro envia comitiva à posse, reconhecendo o poder de fato do presidente venezuelano
- O PT enviou representantes para a posse de Maduro, e o MST reforçou apoio ao chavismo, enquanto a oposição interna e internacional denuncia a fraude eleitoral
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), se uniu a outros aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para condenar a posse de Nicolás Maduro à Presidência da Venezuela, após as eleições de julho de 2024, amplamente contestadas por fraude.
Em postagens nas redes sociais no domingo (12), Marina afirmou que o candidato de oposição, Edmundo González, obteve uma “maioria acachapante” dos votos. Enquanto Maduro, tomou posse no último dia 10 para seu terceiro mandato consecutivo.
Rejeição
A vitória de Maduro nas urnas foi rejeitada pela comunidade internacional, principalmente devido à recusa da Justiça Eleitoral venezuelana em apresentar provas que sustentassem o resultado das eleições.
Marina Silva destacou que Maduro conseguiu se manter no poder ao controlar todas as instituições do país. Ainda, incluindo o Judiciário e as Forças Armadas, além de contar com o apoio de movimentos políticos e organizações paralelas.
Embora o governo brasileiro, liderado por Lula, não tenha reconhecido oficialmente a reeleição de Maduro, o presidente tem evitado confrontos diretos com o governo venezuelano.
Em publicações recentes, Lula chegou a afirmar que a democracia é um conceito relativo, com base em sua visão de que os governos chavistas são democráticos, mesmo com o contexto autoritário.
Por outro lado, Marina Silva e outros aliados do governo têm se posicionado de maneira crítica. Dessa forma, defendendo a oposição venezuelana, representada por figuras como González e María Corina Machado, e chamando a atenção para a resistência democrática no país.
Democracia
Em uma postagem no Threads, a ministra pediu que as democracias, especialmente na América Latina, continuem exigindo o fim do desrespeito aos direitos humanos e à normalidade democrática na Venezuela.
Ela enfatizou a importância de garantir eleições livres e transparentes. Assim, respeitando a vontade soberana do povo venezuelano.
Outros membros do governo Lula também se manifestaram contra a posse de Maduro. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), foram alguns dos políticos que expressaram críticas ao novo mandato do chavista.
Cerimônia de posse
Apesar das manifestações contrárias, o Partido dos Trabalhadores (PT) enviou uma comitiva para a cerimônia de posse de Maduro.
A embaixadora brasileira em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, representou o Brasil no evento, embora o presidente Lula tenha decidido não comparecer pessoalmente. Contudo, em meio a pressões internas e internacionais para que o governo venezuelano apresentasse as atas eleitorais.
A recusa do regime chavista em divulgar os documentos gerou ainda mais desconfiança sobre a legitimidade do processo eleitoral.
Entre os representantes do PT presentes na posse, estavam Valter Pomar e Monica Valente, secretários-executivos do Foro de São Paulo, uma organização de partidos e entidades de esquerda fundada por Lula e Fidel Castro.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aliado histórico do PT, também enviou uma comitiva para apoiar Maduro. Assim, destacando a luta contra a oposição venezuelana e acusando figuras como Edmundo González de tentar “articular um golpe” no país.
A comitiva do PT e a presença da embaixadora em Caracas geraram controvérsias, pois Lula não reconhece a legitimidade do pleito.
A decisão de não enviar representantes como Alckmin visou contestar as eleições, mas reconhecer o poder de fato de Maduro.
O governo de Lula está dividido, com aliados como Marina Silva criticando Maduro e setores do PT e MST apoiando o regime chavista e sua continuidade.