Para Carlos Lobo, sócio do Hughes, Hubbard & Reed LLP, cenário nos EUA é mais previsível e ajustes do mercado podem aquecer setor de M&A
Passados 100 dias de guerra na Ucrânia, inflação e altas de juros nos Estados Unidos, o mercado chega ao fim de um primeiro semestre de incertezas. Com o cenário mais definido, a hora é de oportunidades no setor de fusões e aquisições (M&A).
Em fase de ajustes após uma série de investimentos no último biênio, o setor de tecnologia, por exemplo, pode oferecer boas opções para interessados nesta e em outras áreas. É o que aponta o especialista Carlos Lobo, sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes, Hubbard & Reed LLP.
“Não havia uma ideia no início do ano, por exemplo, de como seria a evolução da pandemia, como ficaria a questão dos preços nos EUA e quais as perspectivas geopolíticas. Agora temos definição para a taxa de juros, por exemplo, com aumento de 0,75%, permitindo um planejamento para quem vai investir a partir de julho”
explica Lobo.
“A grande questão é sobre a habilidade das empresas de tecnologia de repetirem o crescimento visto nos dois últimos anos. E é provável que não, porque essa tendência foi antecipada pela pandemia. Vejamos o streaming, por exemplo. Não devemos ver tantos novos consumidores quanto neste período”.
Com grandes investimentos do FED (autoridade monetária americana) no mercado para auxiliar a atividade econômica durante os períodos mais duros de restrições, havia mais disposição para investimentos de risco com grande potencial de retorno. Agora, o momento é de observação para os próximos meses.
Com mais previsibilidade a partir de julho de 2022, segundo Lobo, o mercado será propício para o negócio de fusões e aquisições. “Muitas companhias vão começar a organizar suas estruturas para serem adquiridas ou se unirem a ouras. Esse momento de ajuste, natural para o grande número de novas companhias, também sinaliza o caminho para os próximos meses.