Mercados globais

Metais em queda: cobre, níquel e ouro recuam com tensão global

Preços do cobre, níquel e ouro recuam enquanto mercados globais enfrentam pânico após novas tarifas dos EUA e investidores buscam proteção.

Metais em queda: cobre, níquel e ouro recuam com tensão global
  • Colapso nas bolsas globais: Mercados caem em massa após novas tarifas dos EUA, com quedas históricas na Europa, Ásia e América
  • Metais em queda: Preços do cobre, níquel e ouro recuam com temores de desaceleração global e fuga para ativos seguros
  • Pressão sobre o Fed: Investidores esperam cortes de juros, enquanto críticas às tarifas aumentam entre analistas e empresas

A segunda-feira (7) ficará marcada como um dos piores dias para os mercados globais desde o auge da pandemia da COVID-19. A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar novas tarifas comerciais desencadeou uma onda de pânico nos mercados, com bolsas em colapso e investidores correndo para ativos considerados seguros.

No epicentro dessa turbulência, os preços do cobre, níquel e ouro registraram quedas significativas, refletindo o impacto direto da desaceleração esperada da economia global.

Quedas históricas em bolsas globais

Os mercados acionários entraram em modo de liquidação, com perdas expressivas ao redor do mundo. Na Europa, o índice pan-europeu STOXX 600 recuou 5,67%, o pior desempenho diário desde 2020. O FTSE 100, do Reino Unido, caiu 4,95%, pressionado por incertezas quanto ao crescimento econômico no continente.

Na Ásia, o cenário foi ainda mais dramático. A bolsa de Hong Kong teve a maior queda desde a transferência de soberania em 1997, despencando 13,22% em um único pregão. No Japão, o índice Nikkei acionou o circuit breaker após um tombo de 8%, enquanto o índice de Xangai perdeu 7,34%.

Nos Estados Unidos, os futuros do S&P 500 e Nasdaq recuaram 3,72% e 4,13%, respectivamente. O mercado americano perdeu US$ 5 trilhões em valor na semana anterior, e os temores se intensificaram nesta segunda.

No Brasil, o Ibovespa seguiu a tendência negativa e caiu mais de 2,1%, atingindo mínimas intradiárias abaixo dos 125 mil pontos. Nenhuma ação abriu em alta. O “índice do medo” (VIX) disparou para o maior patamar desde o colapso dos mercados em 2020.

Metais em queda e busca por segurança

Os preços do cobre e do níquel, tradicionalmente associados ao desempenho da indústria e da construção, caíram fortemente com a perspectiva de uma desaceleração global. A redução na atividade econômica global tende a diminuir a demanda por esses metais, derrubando suas cotações. Mineradoras como Vale e Anglo American sofreram fortes baixas, refletindo a aversão ao risco.

O ouro, mesmo sendo tradicionalmente um porto seguro, também oscilou sob intensa volatilidade. Apesar de ter subido brevemente 0,21% durante a fuga para ativos defensivos, o metal recuou ao longo do dia diante da pressão vendedora generalizada e da valorização momentânea do dólar.

Enquanto isso, os investidores migraram para os títulos do Tesouro dos EUA, empurrando os rendimentos dos papéis de 10 anos para 3,956%. O dólar comercial disparou para R$ 5,86 no Brasil, refletindo a saída de capital estrangeiro e a busca global por liquidez.

Pressão sobre o Fed e críticas ao protecionismo

O Federal Reserve agora enfrenta uma nova rodada de pressão para cortar os juros. O mercado passou a precificar cinco cortes de 0,25 ponto percentual até o final de 2025, diante da ameaça concreta de recessão. Mesmo assim, o presidente do Fed, Jerome Powell, mantém cautela, evitando decisões precipitadas enquanto avalia os impactos da política tarifária de Trump.

Do lado corporativo, grandes investidores como Bill Ackman e Stanley Druckenmiller alertaram que as tarifas podem minar o crescimento global e corroer os lucros das empresas.

O setor automotivo também sentiu o impacto: a Jaguar Land Rover anunciou a suspensão das exportações para os EUA por 30 dias, citando instabilidade cambial e custos adicionais.

As mineradoras viram suas ações afundarem, assim como empresas ligadas à exportação. As perdas nos preços do cobre e do níquel sinalizam que a indústria global desacelera de forma significativa. Já o setor tecnológico também se prepara para uma retração, caso o consumo global diminua como esperado.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ