Taxação

México implementa "Taxa das Blusinhas" e afeta importações de produtos estrangeiros

México implementa taxa de 19% sobre produtos importados: impacto nas empresas e consumidores

México implementa "Taxa das Blusinhas" e afeta importações de produtos estrangeiros

A partir de 2025, o México adotou uma nova alíquota de 19% sobre produtos importados de países sem acordos comerciais, incluindo a China, para compras realizadas via remessa. A medida, apelidada de “taxa das blusinhas”, atinge todos os produtos, independentemente do valor da compra. A mudança vem em meio a um cenário de tensões comerciais com os Estados Unidos, agravadas por alegações de que o México serve como intermediário para exportações chinesas.

De acordo com analistas do Itaú BBA, consultados pela reportagem publicada no portal Money Times, a nova tributação pode afetar significativamente empresas como a Amazon e o Mercado Livre, que operam fortemente no México com mercadorias transfronteiriças. A Amazon, por exemplo, tem cerca de 30% de seu GMV (volume bruto de mercadorias) no México vindo de operações transfronteiriças, principalmente dos Estados Unidos, que ainda gozam de isenção sobre compras de até US$50.

Enquanto a Amazon poderia ser afetada pela cobrança de 17% sobre compras entre US$50 e US$117, o Mercado Livre deve ser mais impactado negativamente. A empresa, que realiza 15% de seu GMV no país com importações transfronteiriças, enfrenta um cenário desafiador com a alta da taxa, que limita a competitividade de vendedores asiáticos.

No entanto, a medida também cria novas oportunidades de mercado. A Amazon e o Mercado Livre podem ganhar participação ao reduzir a competitividade de empresas como Shein e Temu, que até então se beneficiavam da isenção fiscal no México. O Mercado Livre, por exemplo, recentemente inaugurou um centro de distribuição no Texas, facilitando suas operações para o mercado mexicano.

Os analistas destacam que, embora o cenário seja desafiador para as empresas asiáticas, o impacto geral deve ser positivo para os gigantes do comércio eletrônico, como a Amazon, que poderá expandir sua fatia de mercado no México.