Bolsa reage

MGLU3, CVC, Assaí e mais: ações do varejo disparam após ata do Copom

Setor reage positivamente à sinalização do BC de pausa nos juros; investidores veem alívio no aperto monetário.

Ações
  • Ações de MGLU3, LREN3, CVCB3 e ASAI3 sobem após ata do Copom.
  • Taxa básica de 15% é mantida, e ciclo de alta fica em suspenso.
  • Investidores reavaliam cenário com foco na possível virada monetária.

As ações de empresas ligadas ao consumo interno lideraram as altas da manhã desta terça-feira (24), refletindo o otimismo do mercado após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Papéis como MGLU3 (Magazine Luiza), AZZA3 (Azzas), ASAI3 (Assaí), CVCB3 (CVC) e LREN3 (Lojas Renner) avançaram com força, impulsionados pela sinalização de que o Banco Central vai interromper, ao menos temporariamente, o ciclo de aperto monetário.

Na ata, o Copom afirma que a estratégia, neste momento, será observar os efeitos cumulativos da política monetária já adotada. Com a taxa básica mantida em 15% ao ano, o mercado leu o documento como um sinal de moderação — o que agradou, sobretudo, os setores mais afetados por juros altos.

Varejo respira após meses de pressão

Desde o início do ciclo de alta da Selic, empresas do varejo amargaram perdas na bolsa. Muitas dependem fortemente do crédito ao consumidor, que foi severamente restringido com o juro elevado. Com a ata divulgada nesta manhã, investidores entenderam que o pior momento pode ter passado — e isso se refletiu imediatamente nas cotações.

Ações como MGLU3 e LREN3 subiam com força às 11h16, assim como papéis de CVC, Azzas e Assaí. Esses ativos são tradicionalmente sensíveis à política monetária, já que a atividade de consumo tende a reagir rapidamente a qualquer alívio nos juros.

Além disso, o texto do Copom sugere que, mesmo sem cortes imediatos, não há sinalização clara de novas altas à frente. Isso abriu espaço para compras técnicas e otimismo no curto prazo.

Investidores passaram a considerar mais provável um ambiente de estabilidade, seguido de queda gradual da Selic nos próximos meses.

Copom interrompe, mas não encerra ciclo

O principal ponto da ata, para analistas, foi a decisão de interromper o ciclo de altas sem anunciar seu encerramento definitivo. O Banco Central optou por deixar margem para novas decisões, a depender do comportamento da inflação e das expectativas para a atividade econômica.

O documento destaca que a política monetária já está em território contracionista. Ou seja, o nível atual da Selic já tende a segurar a inflação sem necessidade de novos ajustes, caso os demais indicadores colaborem. No entanto, o comitê manterá a cautela.

Esse tom de vigilância, sem endurecimento adicional, foi considerado positivo para o mercado. A leitura predominante é que a pausa na alta é também o primeiro passo para uma possível queda no futuro, mesmo que ainda distante.

Com isso, setores dependentes de crescimento interno ganham fôlego, ainda que os fundamentos macroeconômicos continuem desafiadores.

Papéis em destaque e o que vem pela frente

Com a bolsa ainda operando em clima de cautela global, a movimentação positiva nos papéis de consumo foi um alívio. Em especial, Magazine Luiza teve uma das maiores altas do setor, mostrando que há espaço para recuperação seletiva.

Embora o cenário internacional continue pressionando ativos de risco, a sinalização do Copom mexeu com a percepção doméstica. Analistas ressaltam que o avanço desses papéis não é apenas técnico, mas também baseado na reprecificação do ciclo monetário.

Para os próximos pregões, o mercado deve acompanhar os próximos indicadores de inflação, além de discursos de membros do Banco Central. Afinal, qualquer mudança de tom pode alterar novamente o humor dos investidores.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.