A Outset PR, agência de relações públicas especializada em startups dos segmentos cripto e blockchain, produziu um relatório que mapeia a dinâmica por trás dos veículos de criptomoedas da América Latina entre janeiro e março de 2025.
Dessa forma, a agência identificou quem ganhou, quem perdeu e quem deteve a maior parte da influência real nas criptomoedas. Nesse estudo, foi utilizada a tecnologia do sistema interno de monitoramento de mídia da Outset PR. Ao mesmo tempo, os destaques do cenário cripto ajudaram para o contexto da análise.
Em março deste ano, a Forbes destacou a transição de muitos dos eventos de criptomoedas mais importantes de 2025 para a Argentina, o Brasil, bem como outras partes da América Latina.
Essa previsão veio depois que a Chainalysis registrou um aumento de 42,5% em relação ao ano anterior e US$ 415 bilhões em valor on-chain fluindo para a região, tornando-a o segundo mercado de criptomoedas com crescimento mais rápido no mundo.
Em meio ao rápido aumento na adoção de criptomoedas na América Latina, as relações públicas orgânicas representam uma oportunidade de ouro. Mas essa oportunidade pode rapidamente se tornar um campo minado, quando os mercados se tornam voláteis e o Google reescreve as regras de descoberta quase trimestralmente.
No primeiro trimestre de 2025, a equipe de análise da Outset PR realizou uma auditoria em redações de criptomoedas ativas em toda a região.
A seguir, vamos acompanhar um mapa de desempenho exclusivo dos players de mídia da América Latina – essencial em um cenário onde o valor de um veículo pode mudar da noite para o dia.
Método e escopo: O que foi medido e por quê?
No início de 2025, o público latino-americano começou a gravitar em direção a meios de comunicação mais confiáveis.
Como resultado, veículos menores, sem ângulos distintos — ou aqueles cujos domínios expiraram, foram redirecionados ou pararam de publicar – simplesmente não conseguiram competir e desapareceram completamente do radar.
Esta lista incluí, por exemplo:
- tekcrispy.com – redireciona para cassino
- latamblockchain.com – inativo desde 2024
- bitcoinmexico.net – inativo desde maio de 2023
- bitcoin.com.mx – inativo desde 2023
- gananci.org – inativo desde 2023
- criptomonedaseico.com – inativo desde 2022
- cryptonoticias.com.ar – link inativo
- bitcoinnews.com.br – link inativo
- negociecoins.com.br – link inativo
Portanto, o foco estava apenas em mídias com tráfego mensurável entre janeiro e março de 2025 – em publicações cripto-nativas, híbridos de finanças/criptomoedas e editorias de economia em geral que cobrem criptomoedas ocasionalmente.
A Outset PR utilizou o SimilarWeb para rastrear o total de visitas e as variações mensais, fornecendo insights sobre alcance e momentum dessa forma.
Para identificar padrões significativos, o conjunto de dados foi filtrado para uma amostra limpa de 55 veículos que atendiam a três critérios rigorosos:
- Eram ativos e independentes (sem redirecionamentos, mudanças de marca ou domínios inativos).
- Foram consistentes em desktops e dispositivos móveis durante os três meses. OBS: sites que lançaram recentemente suas redações com foco na América Latina – como coindesk.com/es ou bitcoin.com/es, por exemplo –, foram omitidos por não possuírem dados representativos.
- Seu público principal veio de países latino-americanos – seja como sua principal geografia ou dentro das três principais, desde que o volume de tráfego fosse comparável.
Nesta amostra, sites onde os leitores latino-americanos representavam apenas uma pequena parcela da audiência (com a maior parte do tráfego vindo da Espanha ou Portugal), como es.cointelegraph.com, por exemplo, foram excluídos.
Aliás, esses veículos terão abordagem separada na próxima análise da Outset PR sobre o cenário midiático da Europa Ocidental. Então, fique ligado e siga-os no X para mais atualizações.
O que emergiu foram duas tendências claras:
- No primeiro trimestre, apenas alguns portais mantiveram o crescimento, enquanto a maioria experimentou um declínio gradual.
- O cenário midiático de criptomoedas na América Latina é altamente concentrado e limitado.
Janeiro de 2025: A alta do Bitcoin define a linha de base
Em janeiro, o Bitcoin (BTC) atingiu uma máxima histórica acima de US$ 109 mil, impulsionado por uma onda de otimismo após a posse do presidente Trump.
Esse impulso foi amplificado pelo investimento institucional contínuo – como as compras de BTC da MicroStrategy – e pela aprovação pela SEC de ETFs de Bitcoin à vista, o que ampliou o acesso ao público em geral.
Na América Latina, a alta do preço coincidiu com um aumento nas notícias falsas envolvendo o sistema de pagamento Pix do Brasil – vinculando-o falsamente à integração do Bitcoin e ao congelamento de contas – que confundiu os limites entre política econômica legítima e desinformação sobre criptomoedas.
A convergência de narrativas sobre criptomoedas com temas econômicos tradicionais atraiu a atenção para além do público nativo de criptomoedas, levando a um aumento no tráfego para veículos híbridos de finanças/criptomoedas e para as editorias tradicionais de notícias econômicas.
Como resultado, essas plataformas se classificaram entre as cinco fontes com melhor desempenho em cobertura de criptomoedas naquele mês:
- ámbito.com – 37,75 milhões de visitas
- infomoney.com.br – 20,85 milhões de visitas
- iprofesional.com – 9,23 milhões de visitas
- diario.mx – 5,51 milhões de visitas
- moneytimes.com.br – 3,57 milhões de visitas
No outro extremo do espectro estavam:
- criptomonedas.eu – 0,3 mil
- 99cripto.com.br – 0,67 mil
- compraracciones.com – 1,25 mil
- pt.fxstreet.com – 1,31 mil
- criptoeconomia.com.br – 1,54 mil
As visitas acumuladas em todos os sites ativos totalizaram 94,48 milhões. Essas contagens formam a linha de base, a partir da qual a Outset PR acompanhou as mudanças no cenário midiático de criptomoedas na América Latina em fevereiro e março.
Fevereiro de 2025: A maior queda do trimestre
Em fevereiro, os veículos de criptomoedas latino-americanas enfrentaram pressão em duas frentes.
Em meio ao hack da corretora Bybit, aos escândalos das moedas meme e às tensões comerciais nos EUA, desencadeadas pelas novas tarifas do presidente Trump sobre o México e o Canadá, o Bitcoin caiu cerca de 17% – um dos piores meses já registrados. Diversas altcoins perderam de 30% a 50% de seu valor nesse sentido.
Nos EUA, os ETFs de Bitcoin à vista refletiram o pânico, perdendo cerca de US$ 3 bilhões em saídas durante uma liquidação de oito dias que terminou em 28 de fevereiro.
Com a oscilação dos mercados, a maioria dos veículos viu sua visibilidade nas buscas diminuir em antecipação à atualização do Google de março de 2025.
Mudanças algorítmicas iniciais prejudicaram a capacidade de descoberta em um nível estrutural: páginas caíram no ranking, conteúdo indexado foi reorganizado e os caminhos do público se estreitaram.
Nesse clima turbulento, 78,18% da mídia perdeu tráfego – o maior desequilíbrio do trimestre. Apenas 21,82% conseguiram crescer em relação ao mês anterior.
Entre os veículos com melhor desempenho estão:
- criptotendencias.com (+135,05%)
- observatorioblockchain.com (+99,64%)
- criptoinforme.com (+62,47%)
- economiaempauta.com.br (+43,77%)
- criptomonedas.eu (+43,75%)
Enquanto isso, as plataformas que mais sofreram foram:
- cryptonews.com/br (-94,98%)
- criptoeconomia.com.br (-80,59%)
- portalcripto.com.br (-74,57%)
- compraracciones.com (-71,08%)
- es.coingape.com (-68,12%)
As visitas acumuladas nas 56 mídias ativas caíram para 81,53 milhões – queda de 13,71% em relação a janeiro.
Março de 2025: Sinais de adaptação, mas um campo dividido
Em março, o Bitcoin experimentou alta volatilidade após seu forte colapso no final de fevereiro, com preços oscilando entre US$ 83 mil e US$ 94 mil em meio a tensões geopolíticas e incertezas do mercado.
Apesar de uma breve recuperação desencadeada pelo anúncio de Trump sobre a criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoin nos EUA, a falta de clareza e as pressões macroeconômicas contínuas impediram uma recuperação sustentada. Como resultado, o BTC continuou sua tendência geral de queda ao longo do mês.
Enquanto isso, a tão esperada atualização de março do Google finalmente chegou, remodelando o cenário midiático de criptomoedas na América Latina mais uma vez. O impulso começou a retornar: 24 de 55 veículos ganharam tráfego.
No entanto, o campo permaneceu altamente polarizado, com a maioria dos veículos ainda em declínio – marcando o terceiro mês consecutivo de erosão para muitos.
Entre os maiores ganhos do mês estão:
- criptoeconomia.com.br (+280,87%)
- diariobitcoin.com (+238,49%)
- compraracciones.com (+214,60%)
- 99cripto.com.br (+177,78%)
- criptotendencia.com (+110,36%)
No entanto, as maiores quedas em março foram:
- es.coingape.com (-63,57%)
- panoramacrypto.transfero.com (-51,33%)
- tododecripto.com (-49,99%)
- tecnologia.press (-49,51%)
- webitcoin.com.br (-38,13%)
Notavelmente, o cryptonews.com/br ficou inativo no final do primeiro trimestre (-100%). O domínio ficou inacessível no Brasil, provavelmente devido à legislação local sobre conteúdo relacionado a apostas.
Nenhuma restrição relacionada ao Google foi encontrada, já que os analistas da Outset PR na Europa conseguiram acessar o site sem problemas.
As visitas acumuladas subiram para 85,59 milhões – uma recuperação de 4,98% em relação a fevereiro, mas ainda bem abaixo do nível de janeiro.
Saldo do 1º trimestre: Mídia latino-americana no vermelho, histórias de crescimento não são o que parecem
O primeiro trimestre de 2025 foi marcado por forte volatilidade do Bitcoin e uma correção impulsionada por algoritmos na imprensa cripto da América Latina.
Combinada com a fadiga do público e uma queda sazonal do tráfego pós-feriado, a queda do mercado em fevereiro refletiu tanto o sentimento do investidor quanto o aumento das expectativas de qualidade do conteúdo, impulsionadas pela evolução dos sinais de busca.
Embora parcialmente seguida por uma recuperação, a pesquisa da Outset PR revelou que a dinâmica do 1º trimestre refletiu uma tendência mais ampla: quase três quartos dos publishers latino-americanos não conseguiram se realinhar com as prioridades algorítmicas em um mercado incerto.
A atualização básica do Google em março reforçou suas fraquezas estruturais existentes, agravando as quedas de tráfego anteriores.
Quanto aos destaques no primeiro trimestre de 2025, dados completos do monitoramento interno da Outset PR revelaram 15 veículos de mídia cripto com mudanças positivas no tráfego.
Você viu os gráficos e rankings de tráfego, mas o que deve vir a seguir? O movimento instintivo é claro: capitalizar o momento.
Entre em contato com os veículos que ganharam força no primeiro trimestre, negocie a cobertura e aproveite um potencial aumento na visibilidade da marca.
Mas atenção! Enquanto alguns vencedores do primeiro trimestre, com mais de 1 milhão de visitas mensais, são inconsistentes em sua cobertura sobre criptomoedas, outros simplesmente não têm amplo alcance, com tráfego médio lutando para ultrapassar 300 mil visitas.
Alcance das criptomoedas na América Latina centralizado: seis veículos de comunicação dominam, representando 69% do mercado
Embora vários veículos latino-americanos analisados pela Outset PR ultrapassem 1 milhão de visitas mensais, nenhum é centralizado no tema de criptomoedas.
Em síntese: Ámbito Financiero, InfoMoney, iProfessional, El Diario, Money Times, Valor Investe, Seu Dinheiro, iProUp e Bloomberg Línea se enquadram nas categorias de notícias financeiras e gerais, oferecendo cobertura ocasional sobre criptomoedas em vez de reportagens dedicadas. Seu conteúdo sobre criptomoedas tende a ser cíclico – aumentando durante as altas do mercado, mas recuando durante as quedas.
Além disso, a maioria desses portais de alto tráfego está sediada no Brasil ou é significativamente influenciada por ele, o que os torna suscetíveis a mudanças regulatórias e políticas, como censura de conteúdo e restrições à publicidade (principalmente nos setores de apostas e criptomoedas).
Como resultado, esses veículos oferecem confiabilidade limitada para uma visibilidade consistente em criptomoedas. Seu foco editorial oportunista em criptomoedas pode inflar as impressões estimadas de campanhas de RP sem garantir relevância ou engajamento de um público nativo de criptomoedas.
Por outro lado, dados do primeiro trimestre de 2025 revelam que o cenário midiático voltado exclusivamente para criptomoedas na América Latina é altamente centralizado.
Apenas seis veículos – CriptoNotícias, Cointelegraph Brasil, Livecoins, CriptoFacil, Bitfinanzas e Portal do Bitcoin – ultrapassaram a média de 400 mil visitas mensais. Coletivamente, eles acumularam 4,11 milhões de visitas, representando 69,13% do tráfego total nos 38 sites com foco em criptomoedas analisados.
Após esse primeiro nível, os sete veículos seguintes – Cointimes, BeInCrypto Brasil, Foxbit, Diário Bitcoin, Cripto247, Crypto Tendência e CryptoMarket – atraem entre 130 mil e 270 mil visitas mensais, evidenciando assim uma queda acentuada no tráfego.
Do ponto de vista de RP, esses veículos de nível médio podem ter um bom desempenho em campanhas segmentadas ou verticais, mas não têm o alcance necessário para uma ampla exposição.
Os veículos restantes formam uma cauda longa fragmentada. Mais da metade (24 sites) atrai menos de 91 mil visitas por mês, e 14 deles atraem menos de 10 mil – incluindo Criptoeconomia, 99Cripto e Criptomonedas.
Embora essas mídias possam oferecer valor de SEO ou segmentação local, sua visibilidade direta é insignificante para a maioria das empresas de criptomoedas.
O Brasil continua sendo o principal centro de tráfego para conteúdo sobre criptomoedas na América Latina. Entre os 13 principais veículos exclusivamente sobre criptomoedas, sete estão em português do Brasil – demonstrando assim um forte volume e resiliência, mesmo em meio à queda de tráfego no primeiro trimestre.
É importante ressaltar que nenhum veículo exclusivamente sobre criptomoedas ultrapassou a média mensal de 1 milhão no primeiro trimestre de 2025 – um teto claro que deve orientar as expectativas de RP no cenário midiático de criptomoedas da América Latina.
Para atingir um alcance de público de sete dígitos, as estratégias de RP para criptomoedas devem se calibrar em torno das condições de mercado e considerar a amplificação oportuna por meio de portais de alto tráfego e não específicos para criptomoedas quando a narrativa macro se alinha (como durante atualizações regulatórias ou altas do mercado, por exemplo).
Saiba mais sobre mídia cripto na América Latina com a Outset PR
A Outset PR coleta e analisa dados de desempenho de mídia cripto para criar campanhas orgânicas transparentes e alinhadas a objetivos. Em vez de oferecer pacotes genéricos, eles selecionam cuidadosamente veículos com base em seu desempenho real nos últimos três meses.
Isso significa eliminar plataformas com alcance limitado, baixas taxas de conversão ou declínio visível – e recomendar aquelas que são realmente eficazes no momento.
Os insights fornecidos neste relatório são importantes para qualquer pessoa que esteja entrando ou crescendo no universo cripto da América Latina.
Confira o conjunto de dados completo com números de tráfego, detalhamento do desempenho dos veículos e insights sobre o alcance da mídia no blog da Outset PR.
Para perguntas, sugestões ou consultoria, entre em contato com a gerente de produtos de análise da Outset PR: [email protected]
Formado em Economia pela PUC SP e interessado sobre o universo de finanças, tecnologia e marketing.
