
O segundo trimestre de 2025 marcou uma recuperação significativa para o mercado global de criptomoedas.
Após uma queda acentuada de 18% no primeiro trimestre, os criptoativos apresentaram um retorno de 21,72% – superando benchmarks de ações como o S&P 500 e reacendendo a confiança dos investidores.
Entre os destaques para esse impulso, está o aumento do interesse institucional, pelo aumento dos fluxos de ETFs e por uma onda de aquisições corporativas de Bitcoin.
Nos EUA, os reguladores flexibilizaram as restrições a bancos e empresas de criptomoedas, revogaram as regras de fiscalização tributária da Receita Federal (IRS) que afetam investidores individuais e avançaram com o Projeto de Lei de Estrutura de Mercado, há muito debatido, que visa estabelecer uma estrutura regulatória abrangente para ativos digitais.
A adoção de stablecoins também acelerou entre pequenas empresas e grandes empresas, impulsionada pelo IPO histórico da Circle e pelas condições regulatórias mais flexíveis nos EUA.
Globalmente, o cenário macroeconômico permaneceu tenso: choques geopolíticos, interrupções comerciais e cortes tardios nas taxas de juros criaram um ambiente volátil, mas rico em oportunidades.
Juntos, esses fatores promoveram um clima de mercado cauteloso, porém construtivo, no final do segundo trimestre, marcado pela queda da especulação e pelos primeiros sinais de consolidação.
A Outset PR, agência de relações públicas especializada em startups dos segmentos cripto e blockchain, produziu um relatório que mapeia a dinâmica por trás dos veículos de criptomoedas da Europa Oriental entre abril e junho de 2025.
A princípio, o espaço midiático da região refletiu uma interação mais complexa de recuperação e resistência.
Veículos de mídia da Polônia e Hungria enfrentaram crescente pressão para cumprir as regulamentações da UE, como a MiCA, ao mesmo tempo em que lidavam com flutuações de visibilidade impulsionadas por atualizações de algoritmos de busca.
Veículos romenos se apoiaram em formatos de publicação consistentes e na tração de agregadores para manter o alcance, enquanto a Bulgária viu o tráfego de mídia crescer em geral – grande parte originário de fora do país – revelando tanto o potencial quanto a fragilidade dos modelos de conteúdo híbrido.
Mais a leste, as restrições nacionais desempenharam um papel mais dominante. Na Ucrânia, a guerra continuou a moldar o foco editorial, mas uma proposta em junho para permitir que Bitcoin e outros ativos digitais entrassem nas reservas do Banco Nacional sinalizou uma intenção estratégica de longo prazo.
Na Rússia, enquanto a mineração ganhava terreno legal, a mídia cripto permaneceu sujeita a proibições rígidas de publicidade e restrições editoriais informais. A Bielorrússia permaneceu altamente sensível, com muitos veículos adaptando formatos de conteúdo ou realocando a infraestrutura de hospedagem para se manterem ativos.
Em toda a região, ferramentas de IA generativa começaram a transformar a forma como os usuários descobrem conteúdo, adicionando uma nova camada de complexidade a um ambiente de mídia já em evolução.
Essas condições – recuperação global combinada com disrupção regional – prepararam o cenário para um trimestre irregular, porém revelador, para o cenário midiático de criptomoedas da Europa Oriental.
Método e escopo: O que foi medido e por quê?
O conjunto de dados final se baseia nas estimativas de tráfego disponíveis publicamente via SimilarWeb, onde a Outset PR fez a organização e análise para chegar aos resultados obtidos no relatório. Dessa forma, a pesquisa abrangeu 155 veículos ativos com cobertura para o conteúdo envolvendo cripto, cujo público principal reside na Europa Oriental.
Em síntese, o escopo da pesquisa inclui os seguintes países: Albânia, Bielorrússia, Bósnia, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Moldávia, Polônia, Romênia, República Tcheca, Rússia, Sérvia e Ucrânia.
Para melhor esclarecer a classificação dos veículos de mídia, a análise separa em dois grupos
- Veículos nativos de criptomoedas (114): Marcas de mídia com foco principal em blockchain, criptomoedas ou Web3.
- Veículos não cripto (43): Mídia financeira, notícias gerais e tecnologia que publicam regularmente conteúdo sobre criptomoedas, além de uma cobertura editorial mais ampla.
O tráfego médio foi calculado a partir de visitas mensais em desktops e dispositivos móveis. Deltas trimestrais foram utilizados para identificar padrões de crescimento e mudanças estruturais.
Os sites de mídia foram segmentados por níveis de tráfego e estrutura de referência para avaliar a dinâmica de descentralização, exposição e visibilidade em toda a região.
Sendo assim, os veículos de notícias sobre criptomoedas da Europa Oriental foram segmentados nas seguintes dimensões:
- Geografia do público – inferida a partir do idioma do site, extensão de domínio e dados de geolocalização do SimilarWeb
- Níveis de volume de tráfego – categorizados em quatro grupos com base na média de visitas mensais durante o trimestre
- Composição da fonte de tráfego – segmentada em cinco categorias, incluindo Tráfego Direto (por exemplo, favoritos e URLs digitadas), Orgânico (resultados de mecanismos de busca não pagos), Pago (anúncios programáticos, postagens patrocinadas e retargeting), Referência (sites de terceiros, agregadores de criptomoedas e plataformas GenAI, como ChatGPT, Perplexity e Gemini) e Social (tráfego de plataformas como Facebook, YouTube, X e outras)
Mídia cripto caiu 18% no segundo trimestre, mas algumas poucas ganharam terreno
Os portais focados em criptomoedas enfrentaram desafios persistentes de visibilidade ao longo do segundo trimestre.
No mês de abril, por exemplo, houve o registro de 7,72 milhões de visitas. Em seguida, o mês de maio apresentou 6,88 milhões de visitas (ou seja, uma queda de 10,77% em relação a abril). Já no mês de junho, ocorreram 6,30 milhões de visitas (sendo assim, uma queda adicional de 8,43% em relação a maio).

Essa tendência de queda reflete um declínio acumulado de 18,29%, sem recuperação significativa ao longo do trimestre.
No total, os veículos de mídia cripto registraram 20,89 milhões de visitas no segundo trimestre de 2025. Apenas 36,90% dos pontos de venda apresentaram crescimento, enquanto 63,10% apresentaram queda no tráfego.

Para destacar o crescimento mais significativo no cenário midiático cripto da Europa Oriental, a metodologia se baseou em um sistema de pontuação composto que equilibra dois indicadores-chave:
- Crescimento relativo — o aumento percentual no tráfego de abril a junho de 2025
- Ganho absoluto de tráfego — o número real de novas visitas adquiridas durante o trimestre
- Em síntese — Pontuação composta = (crescimento relativo ÷ crescimento máximo) × 0,3 + (ganho absoluto ÷ ganho máximo) × 0,7
Desse cálculo 30% de peso foi atribuído ao crescimento relativo, pois ele destaca o momentum – especialmente para veículos que ganharam visibilidade no trimestre.
No entanto, o ganho absoluto tem 70% de peso, visto que grandes aumentos de visitas refletem maior impacto real e alcance sustentado, o que é mais importante para o planejamento estratégico de mídia.
OBS: Confiar apenas no crescimento percentual pode ser enganoso, pois favorece veículos pequenos com tráfego inicial mínimo. Por exemplo, um site que salta de 100 para 400 visitas registra um crescimento de +300%, mas isso não é estrategicamente significativo. Utilizar apenas o ganho de tráfego destaca os maiores players, mas ignora veículos em ascensão que estão ganhando impulso e que podem em breve ser mais relevantes. Ao combinar as duas métricas em uma única pontuação composta, priorizamos o crescimento sustentável e escalável – destacando veículos que estão ganhando alcance e acelerando sua visibilidade.
Essa metodologia permitiu destacar os veículos emergentes que estão crescendo rapidamente e alcançando públicos mais amplos — um sinal de influência crescente que vale a pena observar.

A mídia tradicional teve um declínio mais brando, mas as perdas de tráfego persistiram
A respeito da mídia tradicional, plataformas de finanças, notícias gerais e tecnologia com seções sobre criptomoedas apresentaram melhor desempenho no segundo trimestre de 2025, embora também tenham apresentado quedas graduais em relação ao mês anterior.
Nesse sentido, o mês de abril teve registro de 306,21 milhões de visitas, enquanto o mês de maio contou com 301,16 milhões de visitas (queda de 1,65% em relação a abril). Já no mês de junho, ocorreram 287,12 milhões (sendo assim, uma queda adicional de 4,66% em relação a maio).
No total, os veículos de mídia mainstream registraram 894,48 milhões de visitas durante o segundo trimestre de 2025.

Igualmente aos meios de comunicação cripto, 37,50% dos veículos de mídia da Europa Oriental mostrou um momento positivo, enquanto 62,50% enfrentaram perdas de tráfego no segundo trimestre de 2025, destacando uma erosão consistente da atividade do usuário.

Essas mudanças ecoam — mas não refletem totalmente — padrões anteriores observados em outras regiões.
Na Europa Ocidental, por exemplo, o relatório do primeiro trimestre de 2025 revelou uma divergência acentuada: 81,61% da mídia cripto apresentou declínio. Enquanto isso, os veículos de mídia em geral permaneceram amplamente resilientes, com 54,35% registrando crescimento de tráfego, apesar do ambiente desafiador de descoberta.
Em contraste, a América Latina apresentou uma retração mais ampla: no primeiro trimestre de 2025, 72,73% dos veículos cripto perderam tráfego, e a mídia mainstream não ficou imune — com 70,59% dos veículos enfrentando erosão em meio a atualizações de algoritmos de busca e volatilidade do mercado.
O que torna a Europa Oriental notável é a consistência em ambos os segmentos — sugerindo que o escopo editorial mais amplo não se protegeu significativamente contra as mudanças no comportamento do usuário ou as tendências de descoberta na região.
Essa sobreposição entre as tendências das mídias cripto e da mídia em geral também abre caminho para a identificação de exceções dentro do espaço mainstream — veículos que contrariaram o padrão geral e registraram crescimento significativo.
Embora a metodologia de pontuação composta seja projetada principalmente para mídia cripto, ela também pode ser aplicada com eficácia a plataformas tradicionais em casos selecionados – particularmente aquelas que apresentam crescimento excepcional e escalável, bem como claro potencial de relevância cripto ou alinhamento financeiro.
Um desses casos é o Monitorfx.pl, um veículo financeiro tradicional polonês que demonstrou um impulso de destaque no segundo trimestre de 2025.
Seu tráfego aumentou de apenas 4.589 visitas em março (o único ponto de dados registrado no primeiro trimestre) para um total de 54.334 visitas no segundo trimestre, com crescimento mensal de 1.092 em abril para 38.139 em junho.
Em síntese, isso representa:
- Um ganho absoluto de +49.745 visitas em comparação a março
- Um crescimento relativo explosivo de +3.393% entre abril e junho
- Uma pontuação composta de 0,30, refletindo um forte impulso a partir de uma base baixa
Embora seu tráfego geral permaneça modesto, o ritmo e a consistência do crescimento posicionam o Monitorfx.pl como um player em ascensão no cenário midiático tradicional regional.
Sua trajetória ilustra por que a pontuação composta ajuda a revelar os primeiros sinais de impulso, mesmo em veículos que ainda operam em pequena escala.
Tráfego direto e pesquisas dominam, mas a mídia mainstream gera maior visibilidade por meio de referências e escala
Para entender melhor como o público interagiu com conteúdo relacionado a criptomoedas no segundo trimestre de 2025, houve uma análise da composição das fontes de tráfego em veículos de mídia cripto e de notícias em geral.
Para plataformas focadas em cripto, o tráfego foi impulsionado principalmente por visitas diretas, que representaram 45,20% de todas as sessões – 9,44 milhões de visitas.
A busca orgânica contribuiu com outros 42,47%, ou 8,87 milhões de visitas, confirmando que a capacidade de descoberta por meio da busca continua importante – embora frequentemente esteja vinculada a consultas de marca ou de tópicos específicos, em vez de uma captura ampla do público.
O tráfego de referência (referral traffic) representou 6,57%, ou 1,37 milhão de visitas, com os principais impulsionadores consistindo principalmente de agregadores de notícias, plataformas de classificação de criptomoedas, fóruns da comunidade e ferramentas de descoberta de IA.
As mídias sociais foram responsáveis por 5,23%, ou 1,09 milhão de visitas, com a maior parte do engajamento vindo de plataformas como Facebook, YouTube e X, juntamente com contribuições menores do Reddit, VK e outras.
Embora continue sendo um contribuidor relativamente pequeno para o tráfego geral de criptomoedas nativas, os padrões em nível de plataforma mostram claras preferências geográficas e comportamentos do público.

Entre todos os canais nativos de criptomoedas que relataram composição de tráfego, o YouTube gerou a maior parcela de tráfego social no segundo trimestre de 2025 – 16,16%, ou 176.706 visitas. Foi especialmente proeminente na Ucrânia e na Rússia, onde a descoberta de vídeos e o conteúdo incorporado são formatos de engajamento essenciais.
O X seguiu com 6,13% (67.017 visitas), refletindo uma forte presença na Polônia e na República Tcheca, onde é o preferido por públicos antenados em tecnologia e conectados globalmente.
O Facebook, contribuindo com 5,29% do tráfego social (57.825 visitas), foi o mais citado pelos canais na Polônia e na Hungria. Embora seu papel tenha diminuído em algumas regiões, continua sendo um canal consistente, ainda que secundário, para interação com o público.
O WhatsApp, embora apareça em vários detalhamentos, foi responsável por 3,68% (40.211 visitas) do tráfego social rastreado. Sua influência real pode ser maior, já que o compartilhamento privado ou criptografado por meio de plataformas como Telegram e WhatsApp geralmente é registrado como tráfego direto, e não como tráfego de referência, em ferramentas de análise.
Além disso, plataformas como Telegram, Instagram, VK e TikTok foram observadas, mas tiveram compartilhamentos muito baixos para serem ranqueados. Além disso, aplicativos como Telegram e WhatsApp frequentemente mascaram as indicações como “diretas” devido ao roteamento de links criptografados, tornando seu verdadeiro impacto provavelmente sub-representado.
O tráfego pago para veículos nativos de criptomoedas foi quase insignificante, contribuindo com apenas 0,06%, ou 12.920 visitas, reforçando sua dependência da visibilidade orgânica e impulsionada pela comunidade.
Em contraste, veículos tradicionais de notícias que abordam criptomoedas como subtópico apresentaram uma composição de tráfego mais diversificada. Embora o tráfego direto tenha permanecido como a principal fonte, com 43,04% (385,01 milhões de visitas), a distribuição de outros canais revelou diferenças importantes:
A busca orgânica contribuiu com 35,97% (321,79 milhões de visitas), refletindo a eficácia das estratégias institucionais de SEO e do conteúdo financeiro perene amplamente indexado.
O tráfego de referência foi notavelmente maior, com 15,66% (140,10 milhões de visitas), impulsionado pelo forte posicionamento em agregadores regionais e plataformas de distribuição, como Yandex e Dzen.
O tráfego social representou 5,12%, totalizando 45,76 milhões de visitas, em grande parte atribuído ao Facebook e ao YouTube, com contribuições de X, LinkedIn e outros mecanismos de compartilhamento multicanal (por exemplo, incorporações de vídeos).
O tráfego pago, embora ainda seja um fator menor, correspondeu a veículos cripto-nativos com 0,06%, mas devido à escala dos veículos mainstream, isso se traduziu em 534.539 visitas — demonstrando algum uso de conteúdo patrocinado, anúncios programáticos ou estratégias de retargeting, especialmente entre veículos de negócios híbridos e de tecnologia.
Além dessas categorias principais, uma pequena parcela — 0,5% para tráfego cripto-nativo e 0,2% para tráfego mainstream — captura fontes não classificadas ou de baixo volume. Em muitos casos, seu impacto real é subestimado devido a limitações de rastreamento.

Confira os dados completos e saiba mais
Tanto para equipes de comunicação internas quanto para agências de RP independentes, estimativas básicas de tráfego não são mais suficientes. A Outset PR acredita que as campanhas mais impactantes são construídas com base em dados concretos.
É por isso que eles monitoram e analisam o desempenho da mídia cripto em detalhes, usando métricas verificadas para orientar cada decisão.
Os insights deste relatório são valiosos para quem busca lançar ou expandir no mercado de criptomoedas da Europa Ocidental.
Confira os dados completos desse relatório no blog da Outset PR
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