- Argentina pretende ser o primeiro país a aderir à política de tarifas recíprocas proposta por Trump
- Milei acusa a classe política de ter “complexo de Deus” e defende uma “segunda independência”
- Adesão pode fortalecer laços com os EUA, mas complicar relações com o Mercosul e outros parceiros
Em um discurso cheio de críticas e promessas, o presidente argentino Javier Milei anunciou neste sábado (22), a intenção de aderir à política de tarifas recíprocas defendida por Donald Trump.
Durante sua participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), perto de Washington, Milei destacou a afinidade ideológica com o ex-presidente americano e criticou a classe política, que ele acusou de ter “complexo de Deus”.
Milei afirmou que a Argentina pretende ser o primeiro país a aderir ao acordo de reciprocidade comercial proposto por Trump. Essa política prevê a aplicação de tarifas alfandegárias equivalentes às que cada país impõe aos produtos americanos.
“A Argentina quer ser o primeiro país do mundo a aderir a este acordo de reciprocidade que a administração Trump propõe em matéria comercial”, afirmou Milei.
O presidente argentino destacou que, se não fosse pelas restrições do Mercosul, a Argentina já estaria negociando um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
A medida, no entanto, pode fortalecer os laços comerciais entre os dois países, mas também gera preocupações sobre o impacto nas relações com outros parceiros comerciais.
Críticas à classe política
Em seu discurso, Milei não poupou críticas à classe política, que ele descreveu como tendo “complexo de Deus”. Ele defendeu uma “segunda independência” para a Argentina e os Estados Unidos, libertando-se da “tirania do partido do Estado”.
“Hoje nossos países, Argentina e Estados Unidos, precisam passar por uma segunda independência; a primeira nos libertou do poder das monarquias europeias, a segunda nos libertará da tirania do partido do Estado”, disse.
Milei, portanto, também fez questão de destacar sua afinidade com Trump. Dessa forma, afirmando que ambos são vistos como uma ameaça à democracia por aqueles que se beneficiam do status quo.
“Dizem que Trump e eu somos um perigo para a democracia, mas na realidade estão dizendo que somos um perigo para eles”, declarou o presidente ultraliberal.
Implicações para a Argentina
A adesão à política de tarifas recíprocas pode trazer benefícios e desafios para a Argentina. Por um lado, o país pode ganhar vantagens comerciais com os Estados Unidos, fortalecendo sua economia.
Por outro, a medida pode complicar as relações com outros membros do Mercosul e parceiros comerciais tradicionais. Além disso, Milei busca o apoio da Casa Branca para negociar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Contudo, o que pode ser crucial para a estabilidade econômica do país.