Milei faz “milagre” e PIB da Argentina dispara 6,4% em junho

A economia argentina registrou um avanço expressivo em junho, com alta de 6,4% na atividade econômica em comparação ao mesmo período do ano passado. O dado, divulgado pelo INDEC, marca a maior expansão em anos e coloca o governo Javier Milei no centro das atenções regionais.

O saldo geral é de otimismo, já que setores como intermediação financeira e comércio impulsionaram a retomada com desempenhos de dois dígitos.

O avanço da Argentina sob Milei

Desde que assumiu em dezembro de 2023, Javier Milei implementou uma agenda de choque liberal: cortes no Estado, desregulamentação cambial, fim de subsídios e compromisso com superávit fiscal. A estratégia, inicialmente criticada por parte da oposição, começa a mostrar resultados concretos.

Setores antes travados pela hiperinflação de 2024 agora respiram alívio. O comércio varejista subiu 11,5% e o setor financeiro disparou mais de 28%, refletindo maior confiança no ambiente de negócios. Consultorias independentes, como a Econométrica, projetam uma expansão de 7,6% no segundo trimestre, reforçando a narrativa de retomada.

Os resultados dos avanços econômicos da Argentina já atraem a atenção de investidores estrangeiros, ansiosos para avaliar o “experimento Milei” em uma região marcada por instabilidade econômica.

Inflação em queda e projeções otimistas

A inflação, que superava 300% em 2024, vem cedendo rapidamente, trazendo previsões mais otimistas. Estimativas internacionais indicam que o índice pode fechar 2025 entre 18% e 30%, níveis considerados impensáveis há apenas um ano.

Ao mesmo tempo, organismos como a OCDE projetam crescimento anual de 5,2% a 5,5% para o país, enquanto o governo aposta em até 5,5% de expansão. Pela primeira vez em mais de uma década, a Argentina mantém um superávit primário consistente, resultado da política de ajuste fiscal rígido.

Essas conquistas dão ao governo Milei capital político para avançar em reformas estruturais ainda mais profundas.

Os riscos que permanecem

Mesmo com o crescimento acelerado, os desafios ainda são significativos. A política monetária segue extremamente restritiva, com juros elevados, o que limita a recuperação do consumo das famílias. Além disso, a proximidade das eleições legislativas em outubro adiciona incertezas sobre a continuidade do projeto econômico.

Economistas também alertam para o risco de sobrevalorização do “milagre Milei”. O país ainda depende de choques externos, como preços das commodities, e enfrenta fragilidades estruturais que não desaparecem de um mês para o outro.

Ainda assim, os números recentes dão força ao discurso de que a Argentina está vivendo um ponto de virada histórico, com potencial para reposicionar o país no cenário internacional.

Principais pontos:
O PIB da Argentina disparou 6,4% em junho em comparação ao ano anterior, Milei conseguiu reduzir a inflação e conquistar superávit fiscal.