
Buenos Aires vive um novo tempo. Após anos mergulhada em crise, a Argentina começa a colher os frutos do choque liberal promovido por Javier Milei. Em maio, a economia cresceu 5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados oficiais do Indec, e confirma o que muitos duvidavam: o país voltou a crescer — e com força.
Mais do que um número pontual, o crescimento é reflexo direto de um ajuste fiscal severo, reformas profundas e um discurso claro contra o estatismo. Desde o início de 2025, a atividade econômica já acumula alta de 6,1%, com destaque para os setores de energia, agricultura e serviços.
Superávit fiscal e fim da farra estatal
Em junho, a Argentina registrou um feito raro em sua história recente: superávit primário e financeiro. Foram 790 milhões de pesos a mais do que as despesas, e isso após o pagamento de juros. Com isso, o governo Milei reafirma seu compromisso com as contas públicas e mantém a projeção ousada de fechar o ano com superávit de 1,6% do PIB.
“Nunca mais gastaremos mais do que arrecadamos”, declarou Milei em pronunciamento recente. Segundo ele, todo e qualquer projeto que desequilibre o orçamento será vetado, e isso está trazendo confiança aos investidores e estabilidade à economia.
Outro dado que impressiona é a inflação, que começa a ser domada. Após alcançar 300% em 2024, a taxa mensal caiu para 4,2% em maio, com tendência de desaceleração. Além disso, o peso argentino, antes moeda desprezada, se valorizou 40% frente ao dólar desde janeiro.
Vaca Muerta e o sonho energético argentino
O motor desse crescimento também tem nome: Vaca Muerta. A gigantesca reserva de gás e petróleo teve expansão de 28% na produção em um ano, impulsionando exportações e gerando novos empregos. Com novas obras de infraestrutura e contratos internacionais sendo fechados, o país se posiciona como futura potência energética na América do Sul.
A indústria do shale oil e do gás natural liquefeito está transformando cidades inteiras no interior da Argentina e atraindo capital estrangeiro, especialmente europeu. Com isso, o governo vê na energia uma alavanca de longo prazo para sustentar o crescimento.
O índice Merval, principal da Bolsa argentina, já acumula alta de 150% no ano. Fundos internacionais voltaram a aportar no país e o risco Argentina, que já esteve nas alturas, recua mês a mês. Para o FMI, que fechou um acordo de US$ 20 bilhões com o governo, as reformas são “corajosas e essenciais”.
Argentina 2.0: o país que deu a volta por cima
Milei ainda enfrenta resistências políticas e protestos pontuais, mas os dados econômicos falam mais alto. Após anos de recessão, descontrole e populismo, a Argentina mostra ao mundo que é possível virar o jogo com coragem, corte de privilégios e responsabilidade fiscal.
Se os próximos meses seguirem essa tendência, o país vizinho pode se tornar o case de sucesso mais impressionante da década. Para Milei, a fórmula é simples: “Menos Estado, mais liberdade, mais riqueza”.
Resumo do avanço econômico argentino
- PIB cresceu 5% em maio e acumula 6,1% em 2025
- Inflação desacelera e peso se valoriza 40% frente ao dólar
- Superávit fiscal histórico e explosão da produção energética com Vaca Muerta