
O presidente Javier Milei anunciou, durante a Exposição Rural de Palermo, a redução permanente dos impostos de exportação — conhecidos como retenciones — sobre soja, milho, carne bovina, sorgo, girassol e outros produtos agropecuários. As alíquotas, que antes pesavam especialmente sobre a cadeia da soja (com 33%), cairão para 26%, enquanto carnes e cereais também terão reduções expressivas.
Agro retomará crescimento Argentino
Segundo Milei, as medidas serão mantidas durante todo o seu governo e fazem parte de um plano mais amplo para eliminar gradualmente os entraves ao setor produtivo. Ele classificou as retenciones como uma “aberração” imposta pela “casta política” e afirmou que o campo será protagonista da retomada econômica argentina.
A iniciativa recebeu aplausos de produtores e investidores do agronegócio, que consideram a medida um marco de mudança estrutural após décadas de políticas hostis ao setor.
Indicadores mostram melhora rápida da economia
Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Milei promoveu uma guinada liberal na condução econômica. Os efeitos das reformas já aparecem nos principais indicadores. A inflação, que chegou a ultrapassar 250% ao ano no início de 2024, caiu para cerca de 43% em maio de 2025. Já o déficit primário foi revertido em tempo recorde, com o governo registrando superávit em todos os meses de 2024.
Com a estabilidade da moeda e o corte de subsídios, o peso argentino valorizou frente ao dólar e os salários reais começaram a subir. O salário médio em dólares passou de US$ 250 em dezembro de 2023 para cerca de US$ 990 em junho de 2025.
A atividade econômica também mostra sinais de recuperação. O PIB voltou a crescer no segundo semestre de 2024 e projeções para 2025 indicam avanço de até 5%, segundo bancos como BBVA e Goldman Sachs. A taxa de pobreza, que alcançou 57% no auge da crise, caiu para 38% no terceiro trimestre de 2024 e pode chegar a 31% neste ano.
Reforma fiscal de Milei e corte de privilégios impulsionam confiança
Um dos principais pilares da gestão Milei tem sido o ajuste fiscal duro. O governo cortou cerca de 30% dos gastos públicos, eliminou dezenas de organismos estatais e suspendeu repasses a províncias e ONGs suspeitas de uso político.
Além disso, o presidente aprovou o Decreto 70/2023, que desregulamenta setores da economia, flexibiliza leis trabalhistas e extingue controles de preços e de exportações. A agenda inclui também o regime RIGI (Regime de Incentivo a Grandes Investimentos), que oferece segurança jurídica e benefícios fiscais a empresas que queiram investir em infraestrutura, energia, tecnologia e mineração.
Com essas medidas, Milei busca transformar a Argentina em um destino confiável para investidores internacionais, afastando o risco de calote e de populismo econômico.
Cresce otimismo com novo ciclo de crescimento da Argentina
A recepção do mercado às políticas do governo tem sido positiva. O risco-país caiu mais de 40% desde o início do mandato, e a moeda passou a ser vista como relativamente estável após anos de desvalorização descontrolada.
Especialistas destacam que a redução das retenciones é simbólica e prática: mostra que o governo está disposto a abrir mão de receitas em nome do crescimento sustentável e da previsibilidade regulatória. O agronegócio argentino, responsável por mais de 60% das exportações do país, pode ganhar competitividade global.
A aposta de Milei é clara: menos Estado, mais mercado. Com inflação em queda, contas ajustadas e ambiente favorável ao investimento, a Argentina dá sinais de que pode estar no início de um novo ciclo de crescimento.
Em resumo:
- Governo Milei reduziu impostos de exportação sobre soja, carne, milho e outros produtos agropecuários, agradando o setor rural.
- Inflação caiu drasticamente, o peso se valorizou e o país registrou superávit fiscal após mais de uma década.
- Cortes de gastos, desregulamentação e incentivos a investimentos sustentam a retomada da confiança e do crescimento.