- Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destaca divergências entre Lula e presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre distribuição de dividendos.
- Petrobras aprova distribuição mínima de dividendos e reserva estatutária, apesar de lucro registrado.
- Especulações sobre tensão entre Silveira e Prates, com possível insatisfação de Lula em relação à gestão da Petrobras.
- Silveira critica imprensa e mercado financeiro por contestarem decisão da Petrobras e rejeita ideia de interferência na Vale pelo governo Lula.
- Distribuição de R$ 14,2 bilhões em dividendos aprovada pelo Conselho da Petrobras, com mais R$ 43 bilhões destinados à reserva estatutária.
- Lucro da Petrobras caiu 28% no último trimestre de 2023, ofuscando a distribuição de dividendos.
- Distribuição proposta alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras, prevendo distribuição de 45% do fluxo de caixa livre em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao máximo definido.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou nesta segunda-feira (1) sobre as divergências entre os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da estatal. Em entrevista à GloboNews, Silveira ressaltou a importância das empresas privadas e de capital misto na geração de renda, mas também enfatiza seus “deveres sociais” para com o Brasil.
O Conselho da Petrobras aprovou recentemente a distribuição mínima de dividendos prevista em sua política, além de reter uma quantia considerável em reserva estatutária, conforme estabelecido em seu novo estatuto de 2023. Essa decisão ocorre apesar do lucro registrado pela empresa no último trimestre de 2023 e das projeções financeiras.
Nos bastidores, há especulações sobre uma suposta tensão entre Silveira e Prates, com insatisfação também por parte do presidente Lula em relação à gestão da Petrobras. No entanto, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, nega que a saída de Prates esteja sendo considerada.
Além disso, Silveira critica a imprensa e setores do mercado financeiro que contestam a decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários, rejeitando também a ideia de que o governo Lula estaria tentando interferir na mineradora Vale. Ele considera injustas as críticas ao presidente Lula sobre esse assunto.
Em 7 de março, o Conselho da Petrobras aprovou a proposta de encaminhar à AGO (Assembleia Geral Ordinária), marcada para 25 de abril, uma distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, ou seja, o mínimo previsto em sua política. Outros R$ 43 bilhões serão retidos em reserva estatutária, mecanismo criado em 2023 com a aprovação de um novo estatuto da estatal.
Na última temporada de balanços, que marcou a divulgação dos números referentes ao último trimestre de 2023, a Petrobras comunicou a distribuição de R$ 14,2 bilhões, sem pagamento extra. O conselho da empresa aprovou, ainda, que um valor de R$ 43,9 bilhões seja destinado para uma reserva estatutária.
A companhia registrou um lucro de cerca de R$ 31 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado − queda anual de 28%, e abaixo das projeções. Entretanto, o resultado em si foi totalmente ofuscado pelo noticiário sobre a distribuição dos proventos.
A Petrobras aponta que a distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada em 28 de julho de 2023, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deve distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.