O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem tentado fazer indicações políticas para o Conselho de Administração da Petrobras, o que não está sendo bem recebido pelo restante do governo. A lista com os nomes dos novos conselheiros deveria ter sido enviada na semana passada para a empresa avaliar, mas ainda não foi definida.
A reunião do Conselho está marcada para amanhã (28) para avaliar uma convocação de assembleia extraordinária de acionistas e para avaliar o resultado do 4TRI22. A assembleia ordinária já está marcada para o dia 19 de abril.
O Conselho é formado por 11 membros, sendo oito indicados pelo governo, dois pelos minoritários e um representante dos empregados.
Silveira tem reclamado que o seu partido, o PSD, não está contemplado na estatal e chegou a sugerir seis nomes para o Conselho. Ele também estaria nomeando secretários do ministério sem o aval do governo, como ocorreu com a insistência de colocar Bruno Eustáquio na secretaria executiva do MME, vetado pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil. O risco é não haver tempo hábil para a assembleia ordinária já com os nomes dos conselheiros definidos.
A indicação política para cargos em empresas estatais não é uma novidade no cenário político brasileiro, mas é importante lembrar que é necessário garantir a independência e a qualidade dos membros do Conselho para garantir a transparência e o bom funcionamento da Petrobras.