
- Moraes afirma que não recua um milímetro e diz que o STF decidirá com base nas provas
- Sanções da Lei Magnitsky bloqueiam ativos nos EUA mas não alteram a atuação do ministro no Brasil
- Julgamento de parte do caso Bolsonaro ocorre entre 2 e 12 de setembro e eleva a tensão política
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que não recuará “nem um milímetro” após as sanções dos Estados Unidos. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (18) pelo Washington Post, ele disse que o STF seguirá a lei e decidirá com base nas provas.
As restrições da Lei Magnitsky bloqueiam eventuais ativos nos EUA e vedam negócios com cidadãos e empresas americanas. Mesmo assim, o ministro sustenta que a pressão externa não muda sua atuação e que a prioridade é preservar a democracia.
Confronto com a Casa Branca
Moraes declarou que o processo seguirá o rito normal do STF, com recebimento de acusações, análise de evidências e decisões transparentes. Assim, ele rejeitou a ideia de interferência política e reafirmou independência institucional.
Além disso, o ministro criticou o que chama de narrativas falsas que, segundo ele, intoxicam o debate e atrapalham a relação entre Brasil e Estados Unidos. Desse modo, pediu que o foco volte aos autos e aos fatos.
Por fim, ele reconheceu que o momento é tenso, porém sustentou que ataques não intimidam a Corte e que o tribunal atuará com firmeza.
Sanções e efeitos práticos
Com a Magnitsky, ficam bloqueados bens em solo americano e proibidas transações financeiras com o sistema dos EUA. Portanto, cartões e operações vinculadas a instituições americanas ficam indisponíveis.
Ainda assim, Moraes disse que seguirá trabalhando normalmente no Brasil, porque as medidas não paralisam suas funções. Além disso, ressaltou que a Constituição garante autonomia ao STF e ampara decisões técnicas.
Entretanto, o embate amplia a temperatura política e coloca pressão adicional sobre o ambiente institucional, o que exige cuidado redobrado de autoridades e atores públicos.
Julgamento à vista e discurso
A Primeira Turma do STF marcou para 2 a 12 de setembro o julgamento de parte central do caso que envolve Jair Bolsonaro. Assim, o calendário reforça a relevância da entrevista e amplia a expectativa sobre votos e desfechos.
Segundo Moraes, a investigação continuará enquanto houver necessidade e elementos concretos. Além disso, ele afirmou que a história brasileira exige vigilância, já que o país conviveu com golpes e rupturas no passado.
Por outro lado, críticos do ministro veem excesso de poder e contestam decisões que atingem redes sociais e aliados do ex-presidente. Mesmo com as críticas, o tribunal mantém o cronograma e prepara a sessão.