
- Moraes teria tido cartão internacional bloqueado pelo Banco do Brasil devido à Lei Magnitsky
- Banco teria oferecido cartão Elo como substituto, por não ter vínculo com os EUA
- Caso reforça temor em Brasília sobre impacto direto das sanções americanas no STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, enfrenta novas restrições financeiras. De acordo com o jornal Valor Econômico, o Banco do Brasil bloqueou um cartão internacional do magistrado por causa das sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.
Segundo a apuração, não há clareza sobre a bandeira do cartão, mas o banco ofereceu um substituto: a bandeira Elo. Essa alternativa funciona apenas em mercados fora da alçada norte-americana e, portanto, evita as limitações criadas pelas medidas de Washington.
Sanções e substituição de cartões
Na quarta-feira (20), a Folha de S.Paulo já havia informado que Moraes teve ao menos um cartão bloqueado por uma instituição financeira.
Ademais, a reportagem destacou que a Elo surgiu como alternativa para preservar o acesso do ministro a serviços bancários no Brasil e no exterior.
O Banco do Brasil, no entanto, não comentou o caso. A instituição alegou que não trata publicamente de dados de clientes.
Outras empresas do setor, consultadas pela imprensa, também se recusaram a confirmar ou negar o episódio, citando o dever de sigilo bancário.
O peso da Lei Magnitsky
A Lei Magnitsky, criada pelos Estados Unidos, autoriza punições financeiras e restrições de viagem contra autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.
Desde que surgiu a possibilidade de aplicação no Brasil, ministros do STF demonstram forte preocupação.
Essas sanções atingem diretamente cartões emitidos por bandeiras internacionais. Como consequência, elas limitam a circulação financeira de autoridades brasileiras no exterior e aumentam a pressão diplomática entre Brasília e Washington.
Contexto político e institucional
O caso expõe como as sanções da Lei Magnitsky deixaram de ser uma abstração para atingir diretamente instituições brasileiras.
Assim, Bancos que operam internacionalmente se veem forçados a equilibrar exigências do STF, que rejeita a aplicação automática de leis estrangeiras, com regras impostas pelos EUA, sob risco de bloqueios e retaliações.
Além da pressão regulatória, a investigação da Polícia Federal adiciona dimensão política. Investigadores afirmam que Bolsonaro e o filho Eduardo articularam sanções e tarifaço para pressionar o STF e Alexandre de Moraes. O julgamento ocorrerá em 2 de setembro.
Repercussão
O suposto bloqueio do cartão de Moraes intensifica a crise política. O episódio alimenta críticas ao STF e expõe a vulnerabilidade de ministros diante de medidas externas.
Além disso, o caso mostra que a aplicação da Lei Magnitsky não é apenas simbólica. Se confirmada, a restrição reforça o alcance das sanções americanas sobre figuras centrais do Judiciário.
Por fim, o fato tende a aprofundar tensões entre os governos brasileiro e norte-americano, ao mesmo tempo em que gera debates sobre soberania e independência institucional.