- Moraes suspendeu visitas a Bezerra após incidente com equipamentos eletrônicos enviados por sua irmã
- A irmã de Bezerra tentou passar um panetone com fone de ouvido, cabo USB e cartão de memória, sendo apreendidos
- Bezerra, preso por suposta tentativa de golpe, é investigado junto a outros militares pela conspiração contra o governo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender as visitas ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, um dos investigados pela suposta tentativa de golpe de Estado.
A medida surgiu após a irmã do militar tentar entregar um panetone com dispositivos eletrônicos no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, onde Bezerra está detido, no último sábado (28).
Itens apreendidos
Durante uma revista de segurança de rotina, a caixa de panetone acionou o detector de metal, levantando suspeitas. Quando questionada pelos agentes de segurança, a mulher inicialmente afirmou que estava apenas levando um fone de ouvido.
Ao abrirem a embalagem para verificar seu conteúdo, os agentes encontraram o fone, um cabo USB e um cartão de memória, itens que apreenderam e passaram para a custódia do Pelotão de Investigações Criminais.
A Polícia Federal prendeu Rodrigo Bezerra, conhecido por sua atuação nas forças especiais do Exército, em 19 de novembro durante a operação Contragolpe.
Ele e outros suspeitos estão sendo investigados por envolvimento em um suposto plano para desestabilizar o governo federal após as eleições de 2022.
Os “kids pretos”, militares especializados em operações especiais e membros de unidades de elite, foram identificados como conspiradores que tentaram impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.
Tenente-coronel
Bezerra é um dos integrantes do grupo investigado, composto por militares da ativa ou da reserva, com destaque para suas ligações com as forças especiais. O Exército brasileiro confirmou a existência dessas tropas desde 1957, e investigações continuam para identificar o alcance e as intenções dessa possível conspiração.
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A decisão de Moraes de suspender as visitas ao tenente-coronel foi uma resposta direta ao incidente ocorrido com a irmã de Bezerra.
Segundo o ministro, a tentativa de introdução de equipamentos eletrônicos na prisão do militar representaria uma violação das regras de segurança e do processo investigativo. Além de levantar questões sobre possíveis tentativas de comunicação ilícita com o exterior.
A medida reforça a integridade das investigações em andamento e mantém a segurança do processo judicial.
Desestabilização política
Este não é o primeiro episódio envolvendo militares vinculados às forças especiais do Exército em investigações relacionadas a tentativas de desestabilização política no Brasil.
Desde a prisão de Bezerra e outros suspeitos em novembro, o caso tem atraído grande atenção das autoridades e da sociedade. Especialmente devido à gravidade das acusações de que o grupo planejava um golpe contra o governo.
Além disso, a prisão de Bezerra e de outros membros das forças especiais gerou debate sobre a possível infiltração de militares em movimentos de extrema direita e sobre a atuação de militares da ativa em questões políticas.
A operação Contragolpe e as investigações subsequentes visam esclarecer a extensão desses supostos planos. E, além disso, identificar quaisquer ameaças à democracia brasileira.
Com a suspensão das visitas e a apreensão dos equipamentos eletrônicos, as autoridades buscam garantir a integridade das investigações, que podem ter ramificações significativas no cenário político do país.
O caso continua sendo acompanhado de perto pelo STF, pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas. Enquanto os suspeitos enfrentam uma série de acusações relacionadas à tentativa de desestabilizar o governo e comprometer o funcionamento das instituições democráticas.
