- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) celebrou a reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela
- Na nota conjunta, os movimentos afirmaram que “a democracia venceu” e defenderam a legitimidade da eleição de Maduro
- Apesar do apoio declarado pelos movimentos sociais, a postura de celebração, no entanto, encontrou críticas entre eleitores que se identificam como de esquerda no Brasil
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) celebrou a reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. Isto, conforme anunciado nas redes sociais na madrugada desta segunda-feira (29). Para comemorar o resultado eleitoral, o MST publicou duas notas distintas: uma assinada exclusivamente pelo próprio movimento e outra em conjunto com 12 movimentos, incluindo a juventude do Partido dos Trabalhadores (PT). Até as 10h30 de hoje, o post de comemoração, dessa forma, contava com mais de 27 mil curtidas.
Na nota conjunta, os movimentos afirmaram que “a democracia venceu” e defenderam a legitimidade da eleição de Maduro, mencionando que o presidente foi eleito “em meio a uma campanha fascista promovida pela extrema direita venezuelana e internacional, que, mesmo antes da votação e dos resultados, já bradavam fraude.” De acordo com o comunicado, os movimentos reafirmaram a soberania do povo venezuelano e o seu direito de escolha.
Apesar do apoio declarado pelos movimentos sociais, a postura de celebração, no entanto, encontrou críticas entre eleitores que se identificam como de esquerda no Brasil. Em respostas às publicações do MST parabenizando Maduro, alguns usuários, que também se identificam como apoiadores do presidente Lula (PT), expressaram desaprovação. Rotulando a Venezuela como uma ditadura. Comentários como “Vergonha” e “Ditadura não é bem-vinda em lugar algum” ilustraram a divergência de opiniões. Um usuário do Instagram destacou a contradição: “Democracia? O cara criticou até o sistema eleitoral brasileiro e passam pano para ele. Triste realidade.”
Transparência e vigor
O MST e os movimentos parceiros reforçaram, em sua nota, que “a transparência e o rigor marcaram a jornada eleitoral” na Venezuela. Mencionando, assim, que o processo contou com “diversas auditorias e mais de 900 observadores internacionais,” vindos de mais de 100 países. A afirmação, contudo, visa fortalecer a legitimidade do resultado e responder às acusações de fraude eleitoral.
Durante a campanha, o governo venezuelano revogou o convite para que alguns observadores, incluindo representantes da União Europeia e o ex-presidente argentino Alberto Fernández, acompanhassem o processo.
“Assim como o povo venezuelano, desejamos que a Venezuela continue seu caminho de ascensão econômica e paz. Repudiamos qualquer tentativa de intervenção estrangeira e desestabilização interna por meio de violência, notícias falsas e manipulação. Respeitamos e defendemos a democracia, a verdade e o povo soberano venezuelano” (Nota assinada pelo MST, a juventude do PT e outros 10 movimentos)
Reações ao post
“Votei no Lula com muito orgulho, mas gostar de ditador só porque ele é de esquerda… que decepção. Bolsonarismo às avessas.”
“Sinto o MST apoiar Maduro. Sou de esquerda, mas sou democrata. Nenhuma ditadura é aceitável. Nem ditadura de esquerda e nem de direita.”
“Aí não MST. Vamos ser coerente. Aquele povo está sofrendo por causa desse ditador.”
“É triste ver o MST, que sempre lutou por democracia, apoiar uma ditadura.”
“Vcs se equivocam brutalmente nesse ponto! Espero que mais comentários de pessoas de esquerda tbm discordem pra apontar o quão absurdo é esse posicionamento e essas palavras!”
“Tá brincando né! Esse tipo de atitude que queima a esquerda.”