Apoio a Maduro

MST vai se juntar à milícia de Maduro e ‘lutar contra os EUA’? Entenda

Boato nas redes sociais coloca movimento brasileiro no centro de conspiração internacional envolvendo Nicolás Maduro e sua milícia

Maduro
lula e maduro2 mcamgo abr 29052023 14

Nos últimos dias, circularam nas redes sociais rumores explosivos: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estaria prestes a se unir à milícia bolivariana da Venezuela para enfrentar os Estados Unidos ao lado do ditador Nicolás Maduro.

A teoria ganhou força depois que o ditador Maduro apareceu em público usando um boné do MST e exaltou o movimento brasileiro, pedindo inclusive o envio de “mil homens e mulheres” para ajudar na produção agrícola em solo venezuelano. Mas, afinal, há fundamento nessa história ou trata-se apenas de mais uma narrativa inflada pela polarização política?

O manifesto do MST

O MST de fato publicou um manifesto declarando apoio político e ideológico ao governo venezuelano. No documento, o movimento critica as sanções impostas pelos Estados Unidos e afirma solidariedade ao “povo chavista” diante do que considera uma tentativa de desestabilização externa.

No entanto, em nenhum momento há menção a qualquer tipo de envolvimento militar ou envio de militantes para integrar milícias. O texto se limita a uma posição de alinhamento político e ideológico, algo que o grupo já havia feito em outras ocasiões.

Mesmo assim, a junção entre o apoio público e a imagem de Maduro com o boné do MST foi suficiente para gerar interpretações distorcidas e narrativas conspiratórias.

O gesto de Maduro e a convocação interna

A polêmica reacendeu em agosto, quando Maduro apareceu com o boné vermelho do MST em um evento transmitido pela TV estatal. O gesto foi visto como um aceno de aproximação ao movimento brasileiro e serviu de combustível para teorias sobre uma suposta “brigada internacional” a caminho da Venezuela.

Ao mesmo tempo, o líder chavista convocou milhões de milicianos venezuelanos para se apresentarem nos quartéis do país. Essa mobilização, porém, diz respeito a um programa interno da Venezuela, sem qualquer relação oficial com organizações estrangeiras.

O uso simbólico do MST foi, sobretudo, uma estratégia política de Maduro para reforçar o discurso de solidariedade internacional contra o que ele chama de “imperialismo norte-americano”.

Fake news ou realidade?

A narrativa de que o MST se juntaria à milícia chavista se encaixa no padrão de boatos que circulam em períodos de alta tensão política. A combinação de símbolos, discursos inflamados e redes sociais cria o ambiente perfeito para a disseminação de versões distorcidas.

Na prática, até agora não existe nenhuma evidência concreta de que o MST enviará membros à Venezuela para atividades militares. O movimento se posiciona politicamente, mas nega qualquer envolvimento bélico.

Ainda assim, a simples ideia de uma possível aliança já é suficiente para gerar debates acalorados e teorias de conspiração que viralizam em ambientes digitais altamente polarizados.

Pontos principais

  • MST declarou apoio político à Venezuela, mas não falou em envio de militantes armados
  • Maduro usou boné do MST e fez convite simbólico para agricultores brasileiros atuarem no país
  • Boatos nas redes sociais distorceram o gesto e criaram narrativa de aliança militar
Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.