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Mubadala desiste de refinaria devido a concorrência desleal com a Petrobras

Após abandonar o projeto de Mataripe, Mubadala foca na biorrefinaria na Bahia e busca novos parceiros, inclusive internacionais.

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  • Com a retirada do projeto de Mataripe, o Mubadala Capital está direcionando suas atenções para o desenvolvimento de uma biorrefinaria na Bahia
  • A nova estratégia envolve, no entanto, a participação no projeto como principal acionista. Embora ainda busque parcerias adicionais, incluindo investidores internacionais
  • As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico nesta quinta-feira (29)

Com a retirada do projeto de Mataripe, o Mubadala Capital está direcionando suas atenções para o desenvolvimento de uma biorrefinaria na Bahia. A nova estratégia envolve, no entanto, a participação no projeto como principal acionista. Embora ainda busque parcerias adicionais, incluindo investidores internacionais. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico nesta quinta-feira (29).

O Mubadala Capital já iniciou negociações com potenciais parceiros para avançar com o projeto, que utilizará a macaúba, uma planta típica do Cerrado brasileiro, como principal matéria-prima. De acordo com fontes próximas ao projeto, a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da biorrefinaria está prevista para ocorrer ainda este ano.

Além disso, a gestora está construindo um centro de tecnologia e inovação em Montes Claros (MG) e adquirindo terrenos em diversas regiões do Brasil, como Minas Gerais e Bahia. Para financiar o centro, a Acelen Renováveis, divisão de energia verde do Mubadala, garantiu um financiamento de R$ 250 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O BNDES foi contatado para comentar, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

Desvinculando com a Petrobras

Simultaneamente, o Mubadala Capital está em negociações com a Petrobras (PETR4) para se desvincular completamente da refinaria de Mataripe. Atualmente sob a operação da Acelen. Fontes indicam que o Mubadala não se envolve em projetos onde não possa garantir a posição de acionista majoritário. Dessa forma, o que não seria possível na refinaria de Mataripe.

A decisão de abandonar o projeto de Mataripe está ligada à percepção de mudanças no mercado de refino. E, à reversão da Petrobras quanto à venda das oito refinarias que fazia parte do plano de desinvestimento, previsto até o início de 2023. A revisão das condições do termo de compromisso de 2016 entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras, que em maio permitiu à estatal recomprar até 100% de participação nas refinarias, acelerou a decisão do Mubadala.

Fontes do setor apontam que essa mudança cria um ambiente de “concorrência desleal” entre a Petrobras e as refinarias privadas. Inicialmente, os planos previam que a Petrobras teria 80% de participação na refinaria de Mataripe, com a Acelen detendo os 20% restantes. Com a nova estratégia, o Mubadala optou por abandonar o negócio e agora se concentra no desenvolvimento de um projeto de biorrefinaria na Bahia, onde pretende manter uma participação superior a 50%.

Procuramos Mubadala Capital, Acelen e Petrobras para comentar a decisão, mas até o momento não obtivemos resposta.

Mubadala Capital

A Mubadala Capital é uma subsidiária do Mubadala Investment Company, um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos. A Mubadala Capital atua como uma gestora de investimentos, com foco em investimentos diretos e em diversas classes de ativos, incluindo private equity, imóveis, e mercados públicos.

Ela é responsável por administrar e gerenciar investimentos estratégicos em diferentes setores e regiões, buscando oportunidades de crescimento e retorno financeiro. A Mubadala Capital investe em uma ampla gama de indústrias, com o objetivo de criar valor a longo prazo para seus investidores e parceiros.

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