
- Novos preços médios de combustíveis definidos pelo Confaz começam a valer em 16 de agosto.
- Diferença entre estados é significativa: álcool hidratado vai de R$ 3,96 (SP) a R$ 5,44 (AM) e GNV de R$ 3,16 (AM) a R$ 6,78 (DF).
- Impacto no bolso dependerá de repasses ao consumidor e da política tributária de cada estado.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) divulgou nesta quinta-feira (7) a nova tabela do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) de combustíveis, que adotará em todo o país. Os valores servirão de referência para o cálculo do ICMS e entram em vigor a partir de 16 de agosto, com impacto direto sobre o que o consumidor pagará nas bombas.
A lista traz alterações para produtos como álcool hidratado, gás natural veicular (GNV), querosene de aviação e gás natural industrial. As mudanças variam de acordo com cada estado, criando diferenças significativas no preço final e na carga tributária incidente.
Preços variam de forma acentuada entre os estados
O Amazonas registra o preço mais alto do álcool etílico hidratado, R\$ 5,44 por litro. Já São Paulo apresenta o menor valor, R\$ 3,96. Ademais, no GNV, o Distrito Federal lidera com R\$ 6,78 por metro cúbico. Ao fim, o menor preço é no Amazonas, R\$ 3,16.
Além disso, o querosene de aviação apresenta a maior variação. Tocantins lidera com R$ 7,31 por litro, quase o triplo do valor praticado no Rio de Janeiro, R$ 2,44. Já o gás natural industrial tem registro em apenas dois estados: Amazonas, com R$ 1,83 por m³, e Mato Grosso, R$ 3,67.
Especialistas alertam que essas diferenças não se devem apenas ao custo de produção ou logística, mas também às políticas estaduais de tributação e à dinâmica de mercado local. Isso significa que, para alguns consumidores, o reajuste poderá ser sentido de forma mais intensa.
Impacto no bolso e na tributação
O PMPF é a base para calcular o ICMS dos combustíveis. Com a nova tabela, estados com preços médios mais elevados tendem a arrecadar mais, enquanto regiões com valores menores terão impacto reduzido na tributação. No entanto, o efeito prático para o motorista dependerá também de outros fatores, como concorrência e margem de lucro das distribuidoras e postos.
Em estados com variação significativa, há risco de repasses imediatos ao consumidor já na semana em que os novos preços entrarem em vigor. Em contrapartida, locais onde a demanda é mais elástica podem retardar o reajuste para não perder competitividade.
Para o setor de transporte, especialmente o rodoviário e o de cargas, essa mudança pode representar aumento de custos operacionais, influenciando no preço final de produtos e serviços. Essa pressão inflacionária, ainda que pontual, preocupa economistas que monitoram a evolução do IPCA.
Repercussões no mercado e próximos passos
O anúncio acontece em um momento de atenção sobre o comportamento dos combustíveis, em meio a volatilidade internacional e variações cambiais. Embora o Confaz tenha divulgado apenas a tabela do PMPF, a expectativa é de que distribuidoras e postos ajustem rapidamente suas estratégias comerciais para absorver ou repassar os novos valores.
Analistas do setor afirmam que o impacto médio no país deve ser moderado, mas reforçam que a disparidade regional tende a se acentuar. Isso porque, além da tabela do PMPF, cada estado adota políticas próprias para definir margens e fiscalizar preços.
O governo e as secretarias estaduais da Fazenda acompanharão os primeiros dias após a entrada em vigor para avaliar eventuais distorções e, se necessário, promover ajustes. Até lá, consumidores e empresas devem se preparar para encontrar cenários distintos ao abastecer, mesmo em cidades vizinhas de estados diferentes.