Rebaixamento

Não vale nada? Ambev tem ações rebaixadas

Companhia enfrenta pressões e cortes de recomendação de analistas

Não vale nada? Ambev tem ações rebaixadas

A fabricante de bebidas Ambev tem enfrentado um cenário mais difícil, com analistas do Citi, Santander e BTG Pactual ajustando suas recomendações para “neutras”, devido a uma série de desafios no mercado. Pressões competitivas, macroeconômicas e custos crescentes são os principais fatores que preocupam os especialistas, que preveem um futuro incerto para a empresa.

O Citi, um dos principais bancos de investimento, reduziu o preço-alvo das ações da Ambev de R$14,50 para R$11,80, alertando para a desaceleração dos volumes, que é um dos principais motores do crescimento da companhia.

Renata Cabral e sua equipe destacaram que, apesar da sólida execução da empresa nos últimos cinco anos, os ventos contrários estão se intensificando. Entre esses desafios estão os ganhos modestos em precificação e as dificuldades relacionadas aos custos, como as flutuações cambiais e os preços de commodities. A pressão da concorrência também não é negligenciada, especialmente com os avanços da Heineken e Petrópolis no Brasil, que limitam a capacidade da Ambev de repassar aumentos de preços.

A equipe do Santander, por sua vez, ajustou seu preço-alvo das ações da Ambev de R$16 para R$12, afirmando que a inflação de custos será o fator determinante nos resultados da empresa. Os analistas do banco citaram o aumento nos custos de embalagens e a depreciação do real como desafios que devem impactar a rentabilidade da companhia. Além disso, eles destacaram a previsão de um aumento de 8% no custo unitário da divisão de cerveja do Brasil, um número que será anunciado junto com os resultados do quarto trimestre da Ambev.

A pressão competitiva também foi abordada pelos analistas do Santander, que observam o impacto do aumento da capacidade da Heineken no Brasil, com a empresa projetando uma expansão de cerca de 10% em sua capacidade total. Isso pode representar um novo obstáculo para a Ambev, à medida que a concorrência se intensifica.

Por outro lado, o BTG Pactual, liderado por Thiago Duarte, também adotou uma postura cautelosa em relação à Ambev, prevendo uma redução nos volumes ano a ano. Apesar de anteciparem preços médios mais altos, os analistas do BTG apontaram que isso não será suficiente para reverter a situação operacional da empresa, que enfrenta desafios cada vez maiores. A equipe do BTG também destacou o impacto da competição no repasse de preços, que pode prejudicar a participação de mercado da Ambev.

Impactos na bolsa

Na bolsa, as ações da Ambev estavam em queda de 1,69% por volta das 10h15, cotadas a R$11,06. A queda é significativa, considerando que o Ibovespa subia apenas 0,22% no mesmo período.

Em 2025, as ações da Ambev acumulam uma perda de 5,79%, após fechar em 2024 com um declínio de 9,78%. A expectativa para os resultados do quarto trimestre, que serão divulgados no final de fevereiro, é de números mais fracos, o que agrava ainda mais as preocupações dos analistas.