Cortina de fumaça?

No mesmo dia do "Vaza Toga 2.0", Moraes manda prender Bolsonaro por postar nas redes sociais

Coincidência levanta suspeitas entre especialistas e reacende críticas à atuação do ministro do STF

Bolsonaro
Rio de Janeiro (RJ), 29/06/2023 - O ex-presidente Jair Bolsonaro desembarca no aeroporto Santos Dumont e fala sobre o julgamento no TSE que pode torná-lo inegelível. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
  • Alexandre de Moraes decretou prisão domiciliar de Bolsonaro no mesmo dia em que eclodiu o escândalo “Vaza Toga 2.0”
  • Mensagens vazadas expõem atuação informal do gabinete do ministro em processos sensíveis
  • Decisão gerou críticas de juristas e jornalistas, que apontam abuso de autoridade e seletividade

Preso por usar redes sociais

Em uma decisão explosiva, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro neste sábado (3), alegando violação de medidas cautelares impostas anteriormente no caso do 8 de janeiro. A determinação inclui o uso de tornozeleira eletrônica, confisco de aparelhos celulares, proibição de comunicação externa e visitas controladas.

Segundo o despacho, Bolsonaro teria usado intermediários para divulgar vídeos com críticas ao STF, incitando apoiadores e desrespeitando as restrições impostas. A medida foi classificada por aliados como uma forma de “espetacularização da Justiça” em meio à crise política que se intensifica.

O ex-presidente já estava impedido de se comunicar com investigados, frequentar eventos públicos e utilizar redes sociais desde 2023, quando se tornou réu por tentativa de golpe.

“Vaza Toga 2.0”: vazamentos expõem bastidores do STF

Coincidentemente, no mesmo dia da prisão de Bolsonaro, a imprensa divulgou um novo dossiê de mensagens atribuídas ao gabinete de Moraes. O material, que já vem sendo chamado nas redes sociais de “Vaza Toga 2.0”, revelaria supostas ordens informais e influência direta sobre investigações da Polícia Federal e decisões do TSE.

Com isso, jornalistas internacionais acusam o STF de ter utilizado artefatos ilegais para prender manifestantes do 8 de janeiro

As mensagens teriam sido enviadas por assessores de Moraes a integrantes do Judiciário, indicando uma espécie de “Justiça paralela” conduzida fora dos ritos legais. A Gazeta do Povo foi um dos veículos que revelou o conteúdo, alertando para a gravidade da interferência e para o desequilíbrio institucional.

O caso repercutiu imediatamente nas redes sociais, com parlamentares e comentaristas exigindo transparência do Supremo e apuração independente.

Jornalistas e juristas questionam imparcialidade

Diversos analistas passaram a comparar o escândalo atual ao que ficou conhecido como “Vaza Jato”, sugerindo que as práticas do STF agora repetem os erros criticados na Lava Jato. O jornalista Rodrigo Constantino chamou a decisão de Moraes de “golpe jurídico”, enquanto colunistas da Gazeta classificaram a postura do ministro como “inaceitável para uma democracia”.

Além disso, juristas de diferentes espectros ideológicos destacaram que a nova prisão de Bolsonaro, tomada no mesmo dia do vazamento, pode configurar retaliação institucional — o que colocaria em xeque a legitimidade do processo.

A defesa de Bolsonaro pretende recorrer ao plenário do Supremo e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando violação do devido processo legal e perseguição política.

Além de Bolsonaro, outros nomes ligados ao antigo governo também devem ser alvo de medidas restritivas nos próximos dias, conforme antecipado pela imprensa.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.